O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta quinta-feira (27/8) que por enquanto só existe "burburinho" sobre um possível retorno da CPMF, mas que o governo precisa de medidas de contenção. "A primeira ideia é sempre de que não se deve aumentar tributo. Mas, por outro lado, há muitas vezes a necessidade de apoiar medidas de contenção. Não estou dizendo que nós vamos fazer isso. Por enquanto, é só burburinho e não está sendo examinado pelo governo", comentou após um encontro com o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, em seu escritório pessoal em São Paulo.
[SAIBAMAIS]Questionado sobre uma possível fusão de ministérios que tratam da área agropecuária, que segundo especulações poderia ficar sob a chefia da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, Temer afirmou que ainda não há nada definido sobre o assunto. "Tudo vai depender das conversas com os vários partidos políticos que dão sustentação ao governo. Tenho absoluta convicção que eles compreenderão e colaborarão, nesse momento em que o País necessita dessa reformulação".
O vice-presidente ainda elogiou a recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que teve o nome aprovado ontem pela Comissão de Constituição e Justiça (CJJ) do Senado. "Foi corretíssima a decisão do Senado. Dizia-se que poderia haver resistência e isso não se verificou, houve uma margem de votos expressiva", comentou.
Em relação à nova extensão de 15 dias dada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para que o governo apresente sua defesa no caso das chamadas "pedaladas fiscais", Temer disse que a medida é boa e permitirá incluir novos dados, apesar de a defesa já estar bem fundamentada.
Já sobre o encontro com Sarkozy, que está no Brasil acompanhando sua esposa, a cantora Carla Bruni, Temer relatou que o ex-presidente francês compartilhou suas experiências, uma vez que também passou por momentos difíceis durante seu governo. "A conversa se deu em torno da situação atual do Brasil. Ele inclusive tomou a liberdade de nos aconselhar, dizendo que não devemos recuar, temos de ir adiante, enfrentar toda e qualquer crise, porque toda crise é passageira", afirmou o vice-presidente.