Agência Estado
postado em 28/08/2015 11:21
O governo não deve conseguir apoio no Congresso de forma a aumentar o seu grau de governabilidade, melhorando as perspectivas de reformas e melhora do quadro fiscal. Com isso, as perspectivas quanto à sustentabilidade da dívida bruta devem piorar, prevê o sócio da AC Pastore e ex-presidente do Banco Central (BC) Afonso Celso Pastore, que participa na manhã desta sexta-feira do 7; Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais da BM, em Campos do Jordão, interior de São Paulo."Esse é o cenário mais provável", disse o economista. Neste caso, de acordo com Pastore, as cotações do Credit Default Swaps (CDS) devem crescer ainda mais porque mesmo que o impacto do câmbio para o IPCA caia devido à magnitude da recessão, não chega a anular, mantendo a inflação alta.
"É possível que o BC não reaja a isso elevando a Selic, mas apenas optando por iniciar o ciclo de queda bem depois. Mas mesmo assim tende-se a aprofundar ainda mais a recessão. E esse é o cenário mais provável", disse o ex-BC.
O cenário bom, mas que não deve se concretizar, de acordo com Pastore, seria aquele em que o governo conseguiria apoio no Congresso e elevaria seu grau de governabilidade, melhorando as perspectivas de reformas e o quadro fiscal. "Nesse caso cairia a pressão sobre o CDS e a taxa de câmbio, mas estou cético que isso ocorra", acentuou ele.