Economia

"O pior ainda está por vir", critica senador Aécio Neves

Parlamentares destacam piora do quadro e dificuldade de solução para os impasses econômicos. E preveem maior resistência ao governo na sociedade e no Congresso

postado em 29/08/2015 15:38

Parlamentares destacam piora do quadro e dificuldade de solução para os impasses econômicos. E preveem maior resistência ao governo na sociedade e no Congresso

A notícia de queda de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano causou surpresa e inquietação nesta sexta-feira (28/8), no Palácio do Planalto, onde não se esperava um resultado tão ruim. Na avaliação de um interlocutor da presidente Dilma Rousefff, o tombo foi considerado um desastre que, combinado com a baixa popularidade da chefe de Estado, torna muito ;mais difícil a equação; para o governo, que enfrenta uma ameaça de impeachment no Congresso e sofre desgastes com a adoção de medidasde austeridade.

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Em público, Dilma procurou não se mostrar abalada. Ela evitou tratar diretamente o assunto, falando dos problemas econômicos de modo genérico ao entregar casas populares em Caucaia (CE). ;Hoje no Brasil estamos passando dificuldades;, admitiu a presidente, como tem feito em discursos recentes. ;Eu sei que muitos de vocês acham que a inflação está incerta, que ainda está alta, têm medo de perder o emprego.;

Mesmo assim, a presidente insistiu no otimismo. ;Nós temos clareza de que o Brasil é um país forte, que vai crescer, vai superar suas dificuldades, que são momentâneas;, disse.

Críticas
Entre os líderes da oposição, porém, foram contundentes as críticas ao resultado anunciado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou por meio de nota que ;a queda de 1,9% do PIB no segundo trimestre traduz o desastre econômico em curso no Brasil;.

O senador destacou que a crise não é consequência do quadro global, diferentemente do que diz o governo. ;O país cresce menos que quase todos os países do mundo, tem uma das mais altas taxas de inflação entre as economias minimamente organizadas e pratica as maiores taxas de juros do planeta;, afirmou na nota.

Aécio também chamou a atenção para a expectativa de que a situação se deteriore ainda mais. ;Lamentavelmente, o pior ainda está por vir. O olhar equivocado da presidente, apontando uma ;travessia;, infelizmente, não enxerga e reconhece o deserto de oportunidades, de perspectivas e de esperança. Os especialistas são unânimes: o quadro recessivo permanecerá pelo menos por dois anos consecutivos ; algo que não ocorre no país há mais de 80 anos;, registrou a nota.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), comentou que a situação é tão preocupante que até mesmo o agronenegócio, o setor mais competitivo da economia nos últimos anos, teve desempenho negativo no trimestre. ;Dilma conseguiu derrubar até a agropecuária conforme havíamos alertado. O cenário é de terra arrasada para este e para o próximo ano. Indústria, investimentos, consumo das famílias, tudo ladeira abaixo. E advinha o que subiu? O consumo do governo. Os avanços dos últimos anos na economia estão seriamente comprometidos e este governo não tem condições nem capacidade de mudar o cenário;, afirmou o senador.

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), afirmou que o maior problema do momento está na dificuldade de vislumbrar a saída da crise.

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