Economia

Dólar sobe mais de 2% e se aproxima de R$ 3,85, valor mais alto desde 2002

"Outras moedas como o peso colombiano também tiveram forte queda, de 61,7%, para mostrar que não é apenas o Brasil que está com problemas em relação aos temores de aumento da taxa de juros americana", afirma o economista Marcel Caparoz, da RC Consultores

Rosana Hessel
postado em 04/09/2015 16:42

A instabilidade política e econômica no Brasil não está segurando o dólar mais em relação ao real, que é uma das moedas emergentes que mais se desvalorizou este ano. Na tarde desta sexta-feira (4/9), a divisa norte-americana chegou a subir 2,56% encostando em R$ 3,85, valor mais alto desde outubro de 2002. No ano, a moeda americana já acumula alta de 45,01%.



Além disso, apesar de o crescimento do emprego nos Estados Unidos ter ficado abaixo do esperado em agosto, a taxa de desemprego, de 5,1%, é a mais baixa em quase sete anos. Esse dado reforçou as perspectivas de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) ainda podem subir os juros neste mês.

;Há muitas incertezas no ar, tanto na política quanto na economia, que a gente não sabe mais o que veio primeiro. E os juros mais altos nos Estados Unidos ainda podem contribuir para que o dólar continue subindo;, destacou o economista Marcel Caparoz, da RC Consultores. De acordo com um levantamento feito por ele, em 12 meses, o real acumula desvalorização de 69,2% e essa taxa só não é maior que a da desvalorização do rublo, que encolheu 81,6% no mesmo período. ;Outras moedas como o peso colombiano também tiveram forte queda, de 61,7%, para mostrar que não é apenas o Brasil que está com problemas em relação aos temores de aumento da taxa de juros americana;, explicou. No entanto, ele admite que um dos ingredientes dessa forte derrocada da moeda brasileira é a questão fiscal, que vem piorando a maioria dos indicadores de confiança do país diante de contas públicas cada vez mais desequilibradas.

Na mínima do dia, às 9h31, o dólar bateu nos R$ 3,7600 (%2b0,16%), para depois escalar patamares bem mais elevados ao longo do dia. À tarde, inclusive, houve uma demanda defensiva de moeda, com a proximidade do fim de semana prolongado. Segunda-feira será feriado do Dia da Independência no Brasil e do Dia do Trabalho nos EUA e, para completar, os mercados chineses reabrem após o feriado de ontem e hoje.

Com informações da Agência Estado.

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