A nova queda dos preços do petróleo provocará em 2016 um forte retrocesso na produção petrolífera fora da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), especialmente nos Estados Unidos, indicou nesta sexta-feira a Agência Internacional de Energia (AIE).
Esta produção de países não membros da OPEP terá sua maior queda em 24 anos, com 0,5 milhão de barris diários (mbd) a menos, dos quais 0,4 mbd de baixa correspondem ao petróleo de xisto americano, segundo a AIE.
Por sua vez, a AIE elevou suas previsões globais de consumo de petróleo a 94,4 mbd para 2015 (contra 94,2 mbd na previsão anterior) e a 95,8 mbd para 2016 (contra 95,6 mbd). "O desabamento dos preços do petróleo gera o fechamento dos locais de produção muito caros, como Eagle Ford no Texas, os da Rússia ou os do mar do Norte", explica a AIE.
"A produção americana de petróleo pagará um duro tributo" a esta diminuição de preços, que caíram à metade desde junho de 2014, passando inclusive abaixo da barreira psicológica de 40 dólares o barril em Nova York, no fim de agosto, acrescenta esta agência, braço energético dos países desenvolvidos da OCDE.
A AIE considera que tudo isso forma parte de uma "estratégia da OPEP, liderada pela Arábia Saudita", que segue mantendo uma produção vigorosa apesar da queda dos preços para manter suas quotas de mercado e frear a expansão do petróleo de xisto nos Estados Unidos.