Economia

Investidores apostam na saída do ministro da Fazenda Joaquim Levy

Desconfiança em relação ao ajuste fiscal empurra a moeda norte-americana para R$ 3,877. No ano, divisa acumula valorização de 45,71%

Rodolfo Costa
postado em 12/09/2015 09:45
Desconfiança em relação ao ajuste fiscal empurra a moeda norte-americana para R$ 3,877. No ano, divisa acumula valorização de 45,71%
O mercado financeiro começou a contagem regressiva para a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ainda que o chefe da equipe econômica tenha tentado dar demonstrações de força depois do rebaixamento do país pela Standard & Poor;s (S), a convicção dos investidores é de que ele está com um pé fora da Esplanada dos Ministérios. Primeiro, porque ninguém acredita que ele conseguirá cumprir a promessa de entregar superavit primário (economia para o pagamento de juros) de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), diante da incapacidade do governo de cortar gastos e de aumentar impostos. Segundo, porque já não desfruta do prestígio que ostentava quando chegou a Brasília. Colecionando uma série de derrotas, Levy ficou menor.

[SAIBAMAIS]Na visão dos especialistas, o ministro até tentou se fortalecer com o rebaixamento do país. Ele tratou de difundir a versão de que o Brasil só perdeu o grau de investimento porque o governo não fez o que ele pregava ; corte de gastos, sobretudo ; para fazer o ajuste fiscal. Todas as sugestões de Levy foram derrotadas pelos ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e do Planejamento, Nelson Barbosa, que encaminharam ao Congresso um projeto de Orçamento para 2016 com previsão de deficit de R$ 30,5 bilhões. O chefe da Fazenda ficou irritado e só não pegou o boné porque foi convencido pelo antigo chefe, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, de que ainda não havia chegado a hora de sair.

Levy está tão deslocado dentro do governo, que nem sequer avisou a presidente Dilma Rousseff sobre a decisão da S de tirar o selo de bom pagador do Brasil. Conforme informou a coluna Correio Econômico, na edição do Correio de quinta-feira, o ministro recebeu a notícia da agência com antecedência. Falou com os mais próximos da sua equipe, mas deixou que a chefe só tomasse conhecimento pela imprensa no início da noite, quando o fato se tornou público. Esse comportamento do ministro criou constrangimento dentro do governo e o enfraqueceu ainda mais.

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