postado em 22/09/2015 17:15
Uma nova sessão de estresse e aversão ao risco fez o dólar à vista subir 1,84% no fechamento desta terça-feira (22/9) atingindo o histórico patamar de R$ 4,050. É o maior valor nominal já alcançado pela moeda norte-americana no Plano Real (1; julho de 1994) e representa, principalmente, a busca dos investidores por proteção, em um ambiente marcado por muitas incertezas nos campos político e econômico. No mercado futuro, o dólar para liquidação em outubro subia 1,64% às 16h47, aos R$ 4,065.O Banco Central não fez intervenções extras no mercado. Na segunda-feira, a autoridade monetária havia promovido leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) de até US$ 3 bilhões, que contiveram a alta do dólar por apenas quatro minutos.
Leia mais notícias em Economia
Nesta terça-feira, o nervosismo dos investidores se manteve vivo durante todo o dia, diante das mesmas incertezas de sempre: crise política, dificuldade do governo em avançar no ajuste fiscal, risco de rebaixamento, etc.
No cenário político, as atenções se concentraram na expectativa em torno da sessão conjunta da Câmara e do Senado para apreciação de vetos da presidente Dilma Rousseff que buscam impedir gastos públicos de R$ 127,8 bilhões até 2019. Em princípio, a sessão está prevista para ter início às 19 horas, mas pode ser adiada, conforme estratégia da base governista. O governo passou o dia contando votos para avaliar se há condição de vitória. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu o adiamento da sessão e afirmou que uma derrota do governo seria uma "sinalização horrorosa" para o mercado.
Apesar de a agência de classificação de risco Moody;s ter garantido que não vai mexer no rating brasileiro neste ano, os temores de novo rebaixamento continuam presentes nas mesas de operação. As atenções se voltaram principalmente para a Fitch Ratings, que tem uma equipe no Brasil para avaliar a situação econômica do País. Nos encontros com os técnicos da Fitch, o governo busca mostrar seu esforço para que não sofra novo rebaixamento. Vale lembrar que o rating brasileiro pela Fitch está dois níveis acima do "grau especulativo". Para tirar o selo de bom pagador do Brasil, a agência precisaria, portanto, rebaixar o País em dois patamares.