O Brasil ainda está em condição melhor do que outros países que perderam o rating, apesar da forte deterioração da economia, disse o analista da Moody;s Investors Service Mauro Leos nesta terça-feira (22/9), em conferência em Nova York.O analista sênior da Moody;s ainda avalia que o Brasil tem mostrado" clara fraqueza econômica mas ainda está em melhor forma do que países que perderam recentemente o grau de investimento".
Leos espera que a recessão no país se prolongue até o próximo ano, elevando a dívida do país a cerca de 70 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
A Moody;s cortou o rating do Brasil para um degrau antes de perder o selo de bom pagador há menos de dois meses, com perspectiva estável.
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Alcançar superávit primário em 2016 será crucial para o Brasil estabilizar as finanças e sua classificação de risco, disse Leos, acrescentando que a recriação de um imposto sobre transações financeiras, a antiga CPMF, parece inevitável agora.
CPMF e Impeachment
"Talvez não seja a solução mais eficiente, mas é possivelmente a única solução." A Moody;s está monitorando se Dilma vai obter consenso político suficiente para as medidas de austeridade necessárias para fechar o déficit orçamentário.
O início de um processo formal de impeachment contra ela não seria positivo, uma vez que aumentaria incertezas, disse Leos. "Isso não está em nossos cenários", acrescentou.
Os investidores que estiverem interessados em saber como as agências de classificação de risco avaliam a nota soberana do Brasil, poderão conferir pessoalmente, em São Paulo, no próximo dia 6/10. A Moody;s irá debater as perspectivas e desafios para o Brasil na 17; edição de sua conferência anual. Analistas seniores da Moody;s que cobrem os setores de siderurgia e mineração, bancos, infraestrutura, seguros e finanças estruturadas participam do evento, que também receberá Mauro Leos.
Leos fará a abertura do evento com a apresentação ;Perspectivas para o crédito soberano do Brasil: batalha contra pressões cíclicas de curto prazo e problemas estruturais de longo prazo;.
;A conferência anual da Moody;s é sempre uma oportunidade de olharmos mais atentamente para temas cruciais tanto para o Brasil quanto para a economia global;, afirma Luiz Tess, diretor-geral da Moody;s América Latina, que fará a abertura do evento.Nelson Fontes Siffert Filho, superintendente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Nacional (BNDES) para a área de Infraestrutura, encerra a conferência.
O evento é gratuito e tem vagas limitadas.