Economia

FGV: confiança em setores econômicos bate novo recorde

Confiança de serviços recuou 8,4% enquanto a confiança do comércio caiu 4,1%

Agência Estado
postado em 30/09/2015 08:10

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 8,4% na passagem de agosto para setembro, na série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o ICS saiu de 74,7 pontos para 68,4 pontos no período, renovando pela sétima vez o mínimo histórico na série, iniciada em junho de 2008. Já o Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 4,1% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, divulgou nesta quarta-feira, 30, a Fundação Getulio Vargas (FGV).

[SAIBAMAIS]"Ao fim do terceiro trimestre os indicadores confirmam o aprofundamento do pessimismo nas empresas de serviços. As avaliações negativas, tanto em relação às condições correntes quanto ao cenário para os próximos meses, atingem de modo cada vez mais disseminado as várias atividades. Além do enfraquecimento da demanda, há um aperto nas condições de crédito e, assim, uma perspectiva de novos ajustes no quadro de pessoal. Esses indicadores apontam para uma nova queda no PIB do setor neste trimestre", diz o economista Silvio Sales, consultor da FGV, em nota.

Ao todo, 11 das 12 atividades investigadas tiveram recuo na confiança na passagem do mês. O resultado geral foi determinado tanto pelas avaliações sobre o momento presente quanto pelas expectativas em relação aos meses seguintes. Em setembro, o Índice de Situação Atual (ISA-S) teve queda de 12,7%, para 46,9 pontos, após recuo de 9,6% em agosto. Já o Índice de Expectativas (IE-S) caiu 6,1%, para 89,9 pontos, após redução de 1,7% na mesma base de comparação.

A confiança de serviços já havia atingido um mínimo histórico em agosto, com a queda de 4,7% em relação a julho. O resultado anunciado hoje completa uma sequência de cinco quedas no índice. A coleta de dados para a edição de setembro da sondagem foi realizada entre os dias 03 e 25 deste mês.

Confiança do comércio

Com o resultado, o Icom atingiu 82,6 pontos no período. Trata-se mais uma vez do menor patamar da série histórica, iniciada em março de 2010. "A continuidade da queda da confiança do comércio sinaliza que, no terceiro trimestre de 2015, o PIB do setor deve recuar em relação ao período imediatamente anterior pela quarta vez consecutiva, algo que não ocorria desde 2002-2003. E a julgar pelo pessimismo captado pela sondagem, não há, no momento, sinais de mudança de tendência para o último trimestre do ano. O setor reclama de fraqueza da demanda, escassez de crédito, custos financeiros elevados e da confiança extremamente baixa do consumidor", avalia o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo, em nota oficial.

Em setembro, o resultado foi determinado pela piora da percepção dos empresários em relação ao momento atual. O Índice da Situação Atual (ISA-COM) caiu 10,8% neste mês, para 50,4 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 0,9% em setembro, para 114,7 pontos, influenciado pelo menor otimismo dos empresários em relação à evolução da situação dos negócios nos seis meses seguintes. Esse indicador está no mínimo histórico.

No mês passado, o Icom já havia cedido 4,1% em relação a julho. Com o resultado anunciado hoje, o índice permaneceu na zona considerada "desfavorável" à atividade, abaixo dos 100 pontos. A média histórica do indicador é de 119,8 pontos.



"Considerando-se a evolução dos índices em bases trimestrais, os resultados mostram que, depois de certa estabilidade no segundo trimestre, as expectativas voltaram a se deteriorar no terceiro trimestre. Os resultados desfavoráveis em ambos os componentes do índice de confiança, apontam para uma continuidade da tendência de desaceleração da atividade econômica do comércio nos próximos meses", notou a FGV.

Desde a edição de novembro de 2014, a Sondagem do Comércio passou a trazer oficialmente dados com ajuste sazonal. Até então, o Icom era divulgado apenas com variações interanuais trimestrais. Como a série ainda é recente (iniciada em março de 2010), a FGV adiantou que vai revisar os resultados mês a mês, até que estejam mais consolidados.

A coleta de dados para a edição de setembro da sondagem foi realizada entre os dias 02 e 25 deste mês e obteve informações de 1.213 empresas.

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