Economia

MCM corta projeção de PIB deste ano para -3,1% e de 2016 para -1,3%

As projeções da MCM para inflação também foram revistas

Agência Estado
postado em 02/10/2015 15:15
A MCM Consultores Associados revisou sua perspectiva para o PIB deste ano de -2,4% para -3,1% e a projeção para 2016, de -0,4% para -1,3%. Segundo a consultoria, as variáveis econômicas brasileiras estão sendo afetadas pela contínua deterioração do ambiente político, com consequências sobre o andamento do ajuste fiscal, que culminou na perda do grau de investimento por parte da Standard & Poor;s (S).

As projeções da MCM para inflação também foram revistas. A estimativa para 2015 passou de 9,75% para 10,2%, enquanto a previsão para 2016 foi de 5,6% para 6,6%. No caso do câmbio, a projeção para o fim de 2015 passou de R$ 3,50 para R$ 4,00, enquanto para o próximo ano foi de R$ 3,70 para R$ 4,25. Já a expectativa para a Selic em 2015 ficou estável em 14,25%, e em relação a 2016 mudou de 11,50% para 12,25%.

Sobre a inflação, a MCM diz que o processo de desrepresamento dos preços administrados, que parecia que iria ficar circunscrito aos primeiros meses do ano, acabou se estendendo por mais tempo, ao abarcar outros itens além de energia elétrica, como transportes urbanos e combustíveis. "Houve forte correção dos valores das apostas de jogos de azar e, após 13 anos sem reajuste, a Petrobras subiu em 15% o preço do gás de botijão nas refinarias", lembrou. Além disso, em vista da grave situação financeira enfrentada pela empresa, foi anunciado na última terça-feira um aumento de 6% para a gasolina e 4% para o diesel.



A MCM diz ainda que o governo muito provavelmente não conseguirá aprovar todas as medidas contidas no pacote fiscal e, por consequência, lançará mão de aumentos de tributos que não dependem do Congresso. A consultoria acredita que a Cide será elevada dos atuais R$ 0,10 para R$ 0,50 por litro.

Em virtude da necessidade de cumprir noventena e dada a necessidade de obter receita o quanto antes, o governo deverá utilizar novamente a manobra de elevar o PIS/Cofins num primeiro momento e depois retorná-lo ao valor original, quando a nova Cide passar a vigorar. "Acreditamos que isso irá ocorrer em dezembro, causando aumento de até 13% da gasolina, já considerados os efeitos secundários sobre os demais componentes do custo do combustível vendido nos postos".

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