postado em 05/10/2015 15:26
O crescimento de América Latina se contrairá -0,3%, afetando particularmente os países vinculados comercialmente com a China, apontou nesta segunda-feira (05/10) uma nova projeção da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe). "A Cepal revisou em baixa a projeção do crescimento da atividade econômica da região para 2015 de 0,5% para -0,3%", indicou um comunicado divulgado pelo organismo da ONU com sede em Santiago.Em julho passado, Cepal reduziu sua projeção de crescimento de 1% a 0,5%, seu menor valor em seis anos. A nova estimativa de Cepal se baseia na fraca demanda interna, o baixo crescimento do mundo desenvolvido, uma expressiva desaceleração nas economias emergentes, em particular a China, o fortalecimento do dólar, uma crescente volatilidade nos mercados financeiros, e a queda dos preços das matérias-primas. O organismo estima que para 2016 o crescimento da América Latina será de 0,7%.
Problemas com a China
A Cepal aponta que as economias da América do Sul que têm sua economia baseada na produção e na exportação de bens primários, em especial petróleo e minérios, e com estreito vínculo comercial com a China, sofrerão as principais consequências dessa desaceleração.
O organismo estimou que essas economias experimentarão uma contração de -1,3% em 2015, enquanto que em 2016 chegaria a -0,1%. Entre os países mais afetados estão o Brasil, com contração de -2,8% e Venezuela (-6,7%), indicou a Cepal.
Enquanto isso, a Bolívia exibe o melhor panorama econômico para esse ano, com um crescimento de 4,4%, seguido por Paraguai (3,3%), Colômbia (2,9%), Peru (2,7%), Uruguai (2,4%), Chile (2,1%), Argentina (1,6%) e Equador (0,4%).
Já o México e os países da América Central, influenciados pela economia dos Estados Unidos, terão um crescimento de 2,6% em 2015, e o Caribe de 1,6%.
A Cepal estimou que o México crescerá 2,2% neste ano e 2,5% em 2016. A melhor projeção na América Central é para o Panamá, com crescimento de 5,8%, seguido pela República Dominicana (5,6%) e pela Nicarágua (4,3%).
Dinamizar o investimento
Segundo a Cepal, a melhor receita para enfrentar essa desaceleração da atividade econômica na região é reverter a queda da taxa de investimento e a menor contribuição da formação bruta de capital ao crescimento.
"Isso não só afeta o ciclo econômico, mas também a capacidade e a qualidade do crescimento médio e de longo prazo", afirmou a Cepal. "Dinamizar o investimento é tarefa fundamental para mudar a atual fase de desaceleração e para chegar a um caminho de crescimento sustentável no longo prazo", concluiu o organismo.