Agência France-Presse
postado em 12/10/2015 10:11
Estocolmo, Suécia - O britânico-americano Angus Deaton, de 69 anos, foi premiado nesta segunda-feira com o Nobel de Economia por seus estudos sobre consumo e pobreza, anunciou o comitê Nobel em Estocolmo. "Para elaborar políticas econômicas que promovam o bem-estar e reduzam a pobreza, devemos entender em primeiro lugar as opções individuais de consumo. Angus Deaton, mais do que ninguém, melhorou esta compreensão", explicou a Real Academia Sueca de Ciências.As pesquisas de Deaton, "ao colocar em evidência a relação entre as opções individuais e seus efeitos no conjunto da economia, contribuíram para transformar a macroeconomia, a microeconomia e a economia do desenvolvimento", acrescentou o júri dos Nobel. Deaton, professor desde 1993 da Universidade de Princeton (Nova Jersey, Estados Unidos), foi premiado por três grandes contribuições.
Nos anos 1980, elaborou junto ao seu colega John Muellbauer o conceito "de sistema quase ideal de demanda" (AIDS, em inglês), que estudava o comportamento dos consumidores. Nos anos 1990, estudou o vínculo entre consumo e renda. E posteriormente mediu os padrões de vida e pobreza em países em desenvolvimento, através de uma metodologia de pesquisas em lares.
O Nobel de Economia tem uma recompensa de 8 milhões de coroas suecas (860 mil euros, 950 mil dólares). No ano passado o prêmio foi concedido ao economista francês Jean Tirole por suas análises sobre as grandes empresas e os mecanismos do mercado.
Lista dos últimos 10 vencedores do Prêmio Nobel de Economia
2015: Angus Deaton (GB-Estados Unidos) por seus estudos sobre "o consumo, a pobreza e o bem-estar".
2014: Jean Tirole (França), por sua "análise do poder do mercado e de sua regulação".
[SAIBAMAIS]2013: Eugene Fama, Lars Peter Hansen e Robert Shiller (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre os mercados financeiros.
2012: Lloyd Shapley e Alvin Roth (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre a melhor maneira de adequar a oferta e a demanda em um mercado, com aplicações nas doações de órgãos e na educação.
2011: Thomas Sargent e Christopher Sims (Estados Unidos), por trabalhos que permitem entender como acontecimentos imprevistos ou políticas programadas influenciam os indicadores macroeconômicos.
2010: Peter Diamond e Dale Mortensen (Estados Unidos), Christopher Pissarides (Chipre/Reino Unido), um trio que melhorou a análise dos mercados nos quais a oferta e a demanda têm dificuldades para se acoplar, especialmente no mercado de trabalho.
2009: Elinor Ostrom e Oliver Williamson (Estados Unidos), por seus trabalhos separados que mostram que a empresa e as associações de usuários são às vezes mais eficazes que o mercado.
2008: Paul Krugman (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre o comércio internacional.
2007: Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson (Estados Unidos), por seus trabalhos baseados nos mecanismos de intercâmbio destinados a melhorar o financiamento dos mercados.
2006: Edmund Phelps (Estados Unidos), por ter demonstrado que a prioridade de uma política anti-inflacionária tem efeitos benéficos no longo prazo sobre o crescimento.
Este prêmio, oficialmente denominado "Prêmio do Banco da Suécia em Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel", é o único que não estava previsto no testamento do inventor sueco da dinamite. Foi instituído em 1968 pelo Banco Central da Suécia e concedido pela primeira vez em 1969. Os outros prêmios Nobel (Medicina, Física, Química, Literatura e Paz) foram entregues pela primeira vem em 1901.