Agência France-Presse
postado em 16/10/2015 15:39
O Congresso americano deve tomar "passos decisivos" para suspender o embargo comercial de meio século a Cuba, pediram nesta sexta-feira (16/10) governadores de nove estados agrícolas dos Estados Unidos em uma carta aberta aos legisladores.No documento de duas páginas, os governadores pedem às lideranças dos partidos políticos no Senado e da Câmara de Representantes que deem "passos decisivos para apoiar as relações comerciais e pôr fim definitivo ao embargo sobre Cuba".
O setor agrícola tomou a iniciativa de estabelecer laços comerciais com Cuba "mas uma relação comercial sustentável não pode se apoiar em apenas um setor nem em transações de uma só via", manifestaram os governadores na carta com a data desta sexta.
A normativa do embargo impede os Estados Unidos de comercializar com Cuba, alega o documento, e por isso "concorrentes estrangeiros como Canadá, Brasil e União Europeia estão gradualmente conquistando o mercado, já que esses países não encontram as mesmas restrições".
Nesse contexto, desmontar o embargo abriria à agricultura dos EUA um mercado de 11 milhões de pessoas "a apenas 90 milhas (144 km) de nossa costa, ajudando a manter o impulso das exportações agrícolas de Estados Unidos, que em 2014 chegara, a 152 bilhões de dólares. "Chegou o momento de o Congresso agir e remover as restrições financeiras, de viagens e outras que impedem o comércio e viagens normais entre nossa nação e Cuba", diz o documento.
A carta foi assinada pelos governadores de Califórnia, Minnesota, Alabama, Idaho, Montana, Pensilvânia, Vermont, Virgínia e Washington, todos estados com um poderoso setor agrícola, sobretudo os dois primeiros.
Cuba e Estados Unidos retomaram em julho suas relações diplomáticas, rompidas há mais de meio século, e a Casa Branca já fez seguidos pedidos ao Congresso solicitando o desmonte de toda a legislação em que se baseia o embargo comercial e financeiro à ilha.
Desde janeiro deste ano, o governo do presidente Barack Obama emitiu duas séries de decretos administrativos, a última em setembro, para remover restrições administrativas ao comércio bilateral, à operação das empresas americanas em Cuba e as viagens a esse país.