Economia

BC mantém a Selic em 14,25% ao ano, o maior patamar desde agosto de 2006

A decisão foi tomada após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Todos os diretores foram favoráveis a manutenção da Selic em 14,25% ao ano

Antonio Temóteo
postado em 21/10/2015 20:27
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, na noite desta quarta-feira (21/10), manter a taxa básica da economia (Selic) em 14,25% ao ano, o patamar mais elevado desde agosto de 2006. A decisão de manter a taxa inalterada foi unânime entre os diretores da autoridade monetária, de acordo com o comunicado emitido ao final do segundo dia de reunião do Copom.



Pela segunda vez consecutiva, os diretores do BC votaram para manter a taxa em 14,25% ao ano. O ciclo de alta dos juros foi interrompido em 2 de setembro. O processo de alta teve início em 29 de outubro de 2014, logo após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais. Naquele mês, o Comitê havia elevado os juros de 11% para 11,25% no mês passado.

A mediana das expectativas dos analistas consultados pelo BC apontam que a autoridade monetária deve iniciar um ciclo de baixa de juros em 2016. Pelas projeções do último boletim semanal Focus do Banco Central, coletadas junto a cerca de 100 economistas de mercado, a Selic encerrará 2015 em 14,25% ao ano, e, em 2016, chegará em dezembro a 12,75% ao ano. Apesar disso, há quem espere que a inflação não de trégua no próximo ano e muitos avaliam que o BC será obrigado a manter os juros em 14,25% até o fim do próximo ano.

Sem a execução do ajuste fiscal e com a expectativa de que o governo acumule três anos seguidos de déficit primário, o mercado tem reajustado suas projeções para a inflação dos próximos anos. Conforme o Focus, a mediana das projeções para o IPCA do próximo ano está em 6,22%. As de 2017, em 5% e, as de 2018, em 4,70%. Dessa forma, o BC está de mãos atadas para conter a carestia e depende de um esforço fiscal ancorar as expectativas de inflação.

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