Paulo Silva Pinto
postado em 25/10/2015 08:00
Quando a Seleção Brasileira tomou sete gols da Alemanha, em julho do ano passado, a economia do país já estava fazendo água, embora poucas pessoas se dessem conta disso. ;Os empresários já sentiam que a situação não estava boa e suspenderam investimentos, mas ainda evitavam demitir. Somente no primeiro semestre deste ano é que passaram a dispensar mão de obra;, afirma Renato Fragelli, professor da Escola de Pós-graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).Fragelli não tinha dúvidas, como outros economistas, de que as políticas equivocadas do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff levariam, cedo ou tarde, à derrocada que o país está vivendo, com a piora de todos os indicadores.
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[SAIBAMAIS];A estratégia adotada pelo governo em 2014 foi segurar o emprego até a eleição. Neste ano, vieram os aumentos das tarifas públicas, que estavam sendo contidos, o real se desvalorizou e a inflação disparou. Caímos na realidade;, diz.
Fragelli explica que, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a adoção de uma política econômica semelhante à do antecessor levou analistas de mercado a imaginarem, equivocadamente, que ele e seu partido haviam virado uma legenda social-democrata, defendendo uma economia capitalista que cresça e permita redistribuir renda por meio de impostos.
;Por essa ideia, nós teríamos nos transformado em uma democracia madura, ao estilo europeu;, nota Fragelli. Em consequência disso, o Brasil conquistou a confiança do mercado, que culminou com o grau de investimento das agências de classificação de risco.
A mudança veio com o Mensalão, em 2005, que levou, no ano seguinte, à demissão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, o fiador da política fiscal e ortodoxa do governo. Começou a ser gestado o novo marco regulatório do petróleo, com maior participação da Petrobras na exploração das reservas do pré-sal. A intervenção do estado na economia se fortaleceu com vários instrumentos, como a capitalização, pelo Tesouro Nacional, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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