Economia

Pressionados pela crise, jovens se preparam para mercado pouco acolhedor

A consequência é que, para garantir o sustento, muitas pessoas estão aceitando trabalhar sob condições inferiores às esperadas ou recebendo menos

postado em 25/10/2015 08:00


Mais pressionados a buscar trabalho, seja para complementar a renda da família seja para financiar os estudos, os jovens se deparam com um mercado nada acolhedor. O jeito, segundo o professor de finanças públicas da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli, é se adaptar às exigências do momento. ;Este ano, porque a demanda ampliou e a oferta diminuiu, ficou bem menos atraente;, observa o professor.

A consequência é que, para garantir o sustento, muitas pessoas estão aceitando trabalhar sob condições inferiores às esperadas ou recebendo menos. ;Não aparece vaga em lugar nenhum e o que surge é mão de obra sem muita qualificação, coisa que não se encaixa muito no meu perfil;, conta Klaus Helmuth, 24, que está há quatro meses procurando emprego, após ter sido demitido por necessidade de cortes de gastos na empresa onde trabalhava, no comércio.

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[SAIBAMAIS];Estou me submetendo a procurar trabalho em lugares que não imaginava, mas é o jeito;, conta ele, que foi rejeitado em uma vaga de atendente de padaria por ter currículo melhor que o necessário. Essa situação, hoje em dia mais recorrente, é chamada de sobrequalificação: quando o tipo de demanda das empresas é diferente do que os trabalhadores estão oferecendo.

Um dos motivos que podem levar as empresas a rejeitarem pessoas com qualificação acima das pretensões do cargo é a alta rotatividade característica da mão de obra mais jovem. ;Por estarem começando a ganhar experiência, se especializando e buscando novos trabalhos, os mais novos saem e entram em empregos com mais frequência que os mais velhos, especialmente quando são mais qualificados;, explica Miguel Foguel, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A busca por ascensão profissional torna os jovens qualificados mais propensos a abandonar o trabalho, na primeira oportunidade, especialmente quando está muito abaixo do padrão almejado. Característica que, em tempos de crise, quando tanto empregadores quanto empregados buscam estabilidade, vira critério de seleção. Vítima desse critério e sem ter para onde fugir, o maior medo de Klaus é que a situação se prolongue por muito tempo.

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