Economia

Após fim da greve, bancários voltam ao trabalho em 24 estados e no DF

A entidade patronal ofereceu à classe reajuste salarial de 10%, aplicáveis aos salários, benefícios e participação nos lucros, além de correção de 14% no vale-refeição e no vale-alimentação

postado em 27/10/2015 07:12
Depois de 21 dias de greve e cinco rodadas de negociações, a maioria dos bancários decidiu encerrar o movimento. Até a noite de ontem, sindicatos de 24 estados e do Distrito Federal já haviam decidido aceitar a proposta salarial da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e reabrir as agências a partir de hoje. Em Brasília, os empregados da Caixa e do BRB, porém, optaram por continuar de braços cruzados.

A entidade patronal ofereceu à classe reajuste salarial de 10%, aplicáveis aos salários, benefícios e participação nos lucros, além de correção de 14% no vale-refeição e no vale-alimentação. Na proposta inicial, que levou os servidores à paralisação, os banqueiros se negavam a repor a inflação do período e tentaram reconstruir um modelo de abono salarial que, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), era ultrapassado.

[SAIBAMAIS]A suspensão do atendimento em mais de 12 mil agências do país prejudicou os clientes que, por algum motivo não podiam fazer as operações por outros meios.;Isso prejudicou muito minha vida. Com as contas todas atrasadas, terei que pagar cerca de 20% a mais em multas e juros;, afirmou o funcionário público Renato Barbosa, 52 anos. Wesley Alves, 26, encarregado de efetuar os pagamentos dos funcionários de uma empresa de serviços elétricos disse que passou sufoco nas últimas três semanas. ;A gente fica sem saber o que fazer. Atrasamos os salários por mais de 10 dias e isso é muito ruim tanto para mim quanto para os outros empregados que também tiveram transtornos para quitar as contas;, lamenta.



Roberto Piscitelli, professor de economia da Universidade de Brasília, considera que o mais dramático nesses últimos dias foi o prejuízo de algumas pessoas que dependem dos caixas para efetuar transações. ;Há uma fronteira muito tênue entre os direitos que foram reivindicados e os direitos da população. A gente sabe que numa greve quem mais sofre as consequências é o cidadão, mas alguma providência deveria ser adotada para que operações como pagamento de dívidas ou recebimento de crédito não fossem impedidas de ser consumadas.;

De acordo com a Fenaban, os clientes puderam fazer saques, transferências e outras operações por canais alternativos, como caixas eletrônicos e internet.

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