Economia

Pequim e Paris defendem acordo "juridicamente vinculativo" na COP21

Este acordo deve ser acompanhado de mecanismos de monitoramento dos compromissos esperados, de acordo com uma declaração conjunta dos presidentes chinês e francês

Agência France-Presse
postado em 02/11/2015 14:43

A China e a França concordaram em trabalhar para "alcançar um acordo ambicioso e juridicamente vinculativo" na conferência de Paris sobre as mudanças climáticas.

Este acordo deve ser acompanhado de mecanismos de monitoramento dos compromissos esperados, de acordo com uma declaração conjunta dos presidentes chinês e francês, Xi Jinping e François Hollande.

Leia mais notícias em Economia

Estes compromissos serão alvos de uma "revisão completa a cada cinco anos", indica a declaração emitida pelos dois presidentes, que ressaltaram a sua "determinação de trabalhar juntos" para o sucesso da conferência.

A um mês antes da abertura da conferência, que deve reunir cerca de 193 países, Pequim e Paris se pronunciaram a favor de que um acordo seja "juridicamente vinculativo" e "reflita o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas" para limitar o aumento da temperatura global abaixo de 2;C.

Pequim e Paris declararam que são "favoráveis a uma revisão completa a cada cinco anos sobre os progressos", e ressaltaram a necessidade de um "sistema de transparência melhorado para reforçar a confiança mútua".

O presidente chinês, que lidera o país mais poluente do mundo, considerou que esta declaração conjunta, que engloba 21 pontos, mostra "o compromisso comum de fazer com que a conferência de Paris seja um sucesso".

O presidente Hollande estimou, por sua vez, que significava "um grande passo" para um acordo na COP21.

"Com esta declaração, apresentamos as condições que nos permitem vislumbrar um sucesso", disse ele, acrescentando que "um acordo é agora possível" em Paris.

Os líderes também ressaltaram "a importância da tarifação do carbono", que poderá "assumir diversas formas".

"O desenvolvimento de um mercado nacional de carbono na China constitui um passo importante e um sinal forte e encorajador", indica o comunicado.

"Estamos otimistas sobre o sucesso desta conferência", afirmou Xi Jinping, que disse que seu país "avança em seus esforços" contra o aquecimento global.

Esforços dos países

A conferência de Paris, que contará com a presença de pelo menos 80 líderes de todo o mundo, incluindo os presidentes chinês e americano, Barack Obama, busca um acordo global sobre as mudanças climáticas para limitar o aumento da temperatura a dois graus Celsius em comparação à era pré-industrial.

A China, que responde por 25% das emissões globais de gases do efeito estufa, será um importante protagonista desta conferência, principalmente no intenso debate sobre o quanto os países em desenvolvimento devem contribuir para os esforços contra as mudanças climáticas.

Os países desenvolvidos têm que continuar a "adotar metas ambiciosas com números específicos", indicaram Hollande e Xi.

Eles também deveriam "orientar suas políticas de forma progressiva para objetivos concretos de redução e limitação das as emissões", "em função de suas respectivas situações nacionais", acrescentaram.

Hollande chegou nesta segunda-feira na China, com a esperança de alcançar esta declaração conjunta com o presidente chinês.

Pequim, que lidera o "grupo dos 77" (que reúne os países em desenvolvimento), pode exercer uma forte pressão sobre os seus parceiros durante a COP21, em particular sobre a Índia, quarto maior emissor mundial de gases do efeito estufa.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação