A produção industrial caiu 1,3% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, divulgou na manhã desta quarta-feira (4/11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de queda de 0,40% a 2,00%, com mediana negativa de 1,45%.
Já na comparação com igual mês anterior, a queda de 10,9% verificada pela indústria em setembro foi a 19; taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação e a mais acentuada desde abril de 2009, quando a retração foi de 14,1%.
No fechamento do terceiro trimestre de 2015, a indústria registrou uma perda de 9,5%, em relação a igual período do ano anterior. Foi a sexta taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto e a queda mais acentuada desde o segundo trimestre de 2009.
A principal influência negativa foi do recuo de 6,7% registrado pela atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias. No mês anterior, o segmento já tinha verificado queda de 9,8%, o que resultou numa perda de 15,9%. Na passagem de agosto para setembro, a redução na produção de automóveis eliminou a ligeira recuperação da fabricação de caminhões.
"Nos caminhões há algum movimento positivo, mas totalmente insuficiente para reverter o comportamento negativo para esse produto no ano", disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. "O resultado negativo de veículos automotores do mês (de setembro) é claramente por causa de automóveis", emendou.
Macedo lembra que o setor tem sido marcado pela redução na jornada de trabalho, demissões e tentativas de adequação dos estoques, que permanecem elevados.
Quanto ao total da indústria, outras contribuições negativas importantes em setembro foram de máquinas e equipamentos (-4,5%), metalurgia (-3,1%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,2%), produtos alimentícios (-0,5%), celulose, papel e produtos de papel (-1,9%), produtos de borracha e de material plástico (-1,6%) e produtos de metal (-1,7%).