Economia

Pedalada fiscal eleva rombo nas contas do governo para R$ 119,9 bilhões

Fazenda calcula em R$ 57,01 bilhões as manobras contábeis usadas pelo governo para melhorar a contabilidade no ano passado. Artifício foi condenado pelo TCU

postado em 05/11/2015 06:00
Em documento encaminhado ontem à Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso, o Ministério da Fazenda calculou em R$ 57,013 bilhões o valor que o Tesouro tem a pagar por conta das pedaladas fiscais, as manobras que permitiram ao governo da presidente Dilma Rousseff falsear os resultados contábeis do ano ano passado. Com isso, o deficit nas contas do governo federal em 2015 pode chegar a R$ 119,9 bilhões. A nova estimativa será incluída no projeto que altera a meta fiscal deste ano, segundo o relator da matéria, deputado Hugo Leal (Pros-RJ).

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[SAIBAMAIS]A nova projeção do rombo já leva em conta que, ao contrário do que previa, o Executivo não conseguirá arrecadar R$ 11 bilhões com leilões de concessão de hidrelétricas programados para o fim deste mês. As licitações já haviam sido adiadas devido à dificuldades para montar a operação. Outros R$ 51,8 bilhões de deficit já estavam previstos nos cálculos anteriores da Fazenda e se referem, basicamente, à frustração de receitas devido à recessão da economia, que reduz a arrecadação de impostos. ;O governo assumiu o deficit. Não podemos camuflar os números;, disse Leal. A presidente da CMO, senador Rose de Freitas (PMDB-ES) informou que votação do projeto que altera a meta fiscal só ocorrerá depois de 10 de novembro.

Exigência

A elaboração de projeções mais realistas sobre a situação das finanças do governo foi uma exigência dos integrantes da CMO para examinar a proposta do Palácio do Planalto de alterar a meta fiscal de 2015. No início do ano, o Executivo prometeu fechar 2015 com superavit de R$ 55,3 bilhões nas contas federais. Em julho, a previsão de saldo positivo caiu para apenas R$ 5,8 bilhões. Mais recentemente, os ministérios da Fazenda e do Planejamento admitiram que a o que há, de fato, é um deficit, e passaram a falar num buraco superior a R$ 50 bilhões. A realidade, contudo, acabou se revelando ainda pior, principalmente por conta das pedaladas.

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