Jornal Correio Braziliense

Economia

Com prejuízo recorde de R$ 2 bilhões, Gol suspenderá voos para EUA em 2016

Hoje, a Gol opera 14 frequências semanais para Miami e Orlando, com escala no Caribe. Essas operações serão sazonais a partir de 19 de fevereiro



A variação cambial também é responsável por 67,5% do prejuízo líquido, fruto da correção da dívida em dólar no balanço financeiro, mas que não afeta o caixa no curto prazo.

Reação
O mercado reagiu bem aos anúncios e a ação da Gol subiu 2,28% na quinta, a terceira maior alta do Ibovespa. Para o analista do banco JPMorgan, Fernando Abdalla, a suspensão dos voos para os Estados Unidos foi correta. "O preço da passagem está muito deteriorado e não cobre os custos da operação", disse, explicando que a Gol deveria oferecer preços ainda mais baixos que suas concorrentes para ser competitiva. Isso porque a rota da Gol tem escala no Caribe, pois o avião não tem autonomia para fazer um voo direto até os EUA.

A Gol começou a voar regularmente aos Estados Unidos no segundo semestre de 2012. De lá para cá, diversas companhias ampliaram a oferta na mesma rota. "Com o dólar alto, o número de passageiros internacionais cai e há excesso de oferta", diz o consultor de transporte aéreo Jorge Leal.

A Azul, por exemplo, voa para Miami e Orlando de Campinas desde dezembro de 2014, mas adiou planos de expansão para os Estados Unidos. Voos para Orlando saindo de Guarulhos e o lançamento de voos para Nova York estão na geladeira.

Já a American Airlines, que oferece 98 voos semanais a partir de dez cidades brasileiras, deixará de voar com regularidade para Curitiba e Campinas em fevereiro. A empresa diz que a decisão é fruto de estudos sobre o desempenho do mercado.