Paulo Silva Pinto
postado em 25/12/2015 06:00
;Noventa milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração.; A música da Copa de 1970 traz, para muita gente, lembranças contraditórias. Sobretudo, mostra o contraste entre o Brasil de quase meio século atrás e o atual. Éramos um país sem liberdade política, com muita desigualdade social, ruas cheias de crianças brincando e um crescimento econômico pujante. Hoje, vivemos em uma democracia. Com 205 milhões de habitantes, somos uma nação de renda média alta, para padrões internacionais. Mas o nosso crescimento populacional é pífio. E também o econômico.
Ainda temos muitos jovens, graças ao aumento populacional do passado. É a chamada inércia demográfica: há bastante gente hoje em idade reprodutiva. A cada 19 minutos, nasce um bebê entre o Oiaopoque e o Chuí, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Parece muito, mas não é. A população cresce 0,83% por ano. É quase a metade do ritmo que se via em 2001, de 1,4%. No início da década de 1960, quando atingimos o auge, o aumento anual era de 3%. O crescimento do número de habitantes tende a zero e, depois, à queda. Para o IBGE, a população vai atingir o ápice em 2043, com 228.343.224 habitantes. A partir daí, começará a se reduzir.
Teme-se que a economia empaque de vez. ;A população é importante para fazer a bicicleta andar;, resume a demógrafa Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), organizadora do livro O novo regime demográfico. Na avaliação dela, a inflexão virá mais cedo, por volta de 2035. Mas o momento de se preocupar com o problema é já. Passa da hora, alertam especialistas, de nós nos prepararmos para as mudanças de que o país necessita. A partir de hoje, o Correio mostrará a nova cara do Brasil em uma série de reportagens.
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