Agência Estado
postado em 28/01/2016 10:42
Enquanto o mercado aposta que o Banco Central (BC) não conseguirá entregar uma inflação dentro do teto da meta - de até 6,5% - pelo segundo ano consecutivo, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou que a autoridade monetária buscará se circunscrever a esse limite este ano, mas deixou de prometer que buscará "trazer a inflação o mais próximo possível da 4,5% em 2016".O colegiado manteve a intenção de fazer a inflação convergir para centro da meta em 2017. A ata divulgada nesta quinta-feira, 28, informou que a projeção de inflação no cenário de referência para 2016 aumentou ante a reunião anterior e se situa acima do centro da meta de 4,5%.
[SAIBAMAIS]O BC não divulga qual a taxa prevista na ata, mas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, a autoridade monetária revelou que a estimativa estava em 6,2% para o fim deste ano pelo cenário de referência. No RTI, a probabilidade estimada pela instituição de a inflação ultrapassar o limite superior da meta em 2016 subiu de 20% para 41% para esse cenário.
Já no Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, 25, a mediana das estimativas dos analistas para o IPCA de 2016 subiu para 7,23%. No caso do Top 5, a mediana das expectativas para a inflação do ano se situou em 7,92%.
Crédito
No dia em que o governo deve anunciar linhas para estimular o aumento de financiamentos das empresas e famílias pelos bancos no Conselho de Desenvolvimento Econômico, o Banco Central voltou a alertar que considera oportuno continuar reforçando as iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.
Segundo o BC, os riscos no segmento de crédito ao consumo vêm sendo mitigados. A ata destacou que o cenário central contempla expansão moderada do crédito, o que já havia sido observado e tende a persistir.
Na avaliação do BC, o mercado de crédito voltado ao consumo passou por moderação, de modo que, nos últimos trimestres, observaram-se, de um lado, redução de exposição por parte de bancos e, de outro, "desalavancagem" das famílias.