Economia

Tombini volta a dizer que o BC continua vigilante no controle da inflação

O Fundo piorou as expectativas de desempenho da economia brasileira, o que deixou a presidente Dilma Rousseff %u201Cestarrecida%u201D

Rosana Hessel
postado em 28/01/2016 17:11
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, tentou recuperar a abalada credibilidade da instituição diante dos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social nesta quinta-feira (28/01) e voltou a usar a palavra "vigilante" no controle da inflação. O pronunciamento do ministro foi feito uma semana após a saraivada de críticas recebidas pelo mercado ao quebrar o tradicional silêncio das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e com o comunicado comentado os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) logo no primeiro dia do encontro. Isso fez com que os analistas mudassem as projeções de que o BC não aumentaria mais os juros como vinha sinalizando, apesar de a inflação estar encostando em 11% ao ano. E foi o que ocorreu. A taxa básica da economia foi mantida em 14,25% ao ano.

[SAIBAMAIS]O Fundo piorou as expectativas de desempenho da economia brasileira, o que deixou a presidente Dilma Rousseff ;estarrecida;. A previsão do FMI para a retração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, por exemplo, passou de 1% para 3,5% e não sinalizou crescimento em 2017 devido à conjuntura política instável e à possibilidade de novos desdobramentos da Operação Lava Jato.

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Tombini afirmou aos conselheiros que a autoridade monetária ;tem atuado e continuará atuando para assegurar a estabilidade e o bom funcionamento do sistema financeiro e dos mercados, incluindo o mercado cambial do Brasil;. O chefe do BC foi primeiro dos cinco ministros da presidente Dilma Rousseff a falar, antes mesmo de Nelson Barbosa, ministro da Fazenda, que era iniciar a lista dos discursos.

;Como é do conhecimento das senhoras e dos senhores, o ambiente doméstico tem sido impactado por importantes ajustes nas áreas fiscal, externa e monetária;, disse o ministro. Ele aproveitou a ocasião para citar a redução de mais de 40% do deficit de transações correntes, provavelmente, o único dado positivo do governo na atual conjuntura recessiva, pois o rombo das contas do país com o exterior caiu de US$ 104 bilhões para US$ 58,5 bilhões.

O presidente do BC afirmou novamente que o órgão continuará ;vigilante; no controle da alta dos preços sinalizou que continua apostando na convergência da taxa para o centro da meta, de 4,5% ao ano, em 2017. ;A inflação tem sido intensamente afetada pelo fortalecimento do dólar norte-americano e pelo aumento dos preços administrados em relação aos preços livres da economia. Esse processo de mudança nos preços relativos se mostrou mais prolongado e mais intenso que o inicialmente previsto, perdurando durante todo o ano de 2015, o que nos levou aos patamares de inflação observados recentemente e repercutiu sobre o horizonte de convergência da inflação para a meta;, afirmou.

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