Isabella Alvim - Especial para o Correio, Rodolfo Costa
postado em 04/02/2016 06:58
Quem vai passar o carnaval em outros estados pode ficar mais tranquilo. Em assembleia realizada nessa quarta-feira (3/2), o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) definiu que não vai promover protestos durante o carnaval. Ontem, duas horas de paralisação causaram transtornos a diversos passageiros em 12 terminais no país.
A categoria afirma, no entanto, que novas paralisações voltarão a ocorrer a partir de 12 de fevereiro, caso não haja acordo. Entre esta quinta-feira (4/2) e sexta-feira (5/2), a categoria vai participar de uma audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) com o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea). A expectativa é de que as operadoras apresentem uma nova proposta do reajuste salarial.
[SAIBAMAIS]Os funcionários das aéreas reivindicam aumento de 11%, que contempla a reposição real da inflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2015, de 10,67%, retroativo à data-base, de 1; de dezembro de 2015. O sindicato patronal, no entanto, apresentou proposta com correção sem retroatividade de 11% dividido em duas vezes, para funcionários que ganham até R$ 1,5 mil, e em três parcelas, para os que ganham entre R$ 1,5 mil e R$ 10 mil.
Os trabalhadores negaram a oferta, alegando que a última parcela seria paga às vésperas da próxima data-base. ;Ficaríamos quase dois anos sem reposição inflacionária;, criticou o secretário-geral do SNA, Rodrigo Spader.
Dia de caos
A paralisação dos aeronautas ; comissários e pilotos ; e aeroviários ; os trabalhadores que atuam em terra ; provocou dores de cabeça em viajantes de todo o país, com voos cancelados e atrasados. Apesar de a manifestação ter ocorrido em 12 terminais, toda a malha aérea foi afetada. Sem trabalhadores para operar os guichês de check-in, passageiros encontraram dificuldades para despachar bagagens. Além disso, como os funcionários de ar também cruzaram os braços, entre as 6h e as 8h, a ausência de operações de pousos e decolagens gerou um efeito cascata em quase toda a malha.
De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), pelo menos 45 mil passageiros podem ter sido prejudicados. Viajantes relatam que a paralisação levou a uma espera de até sete horas nos aeroportos.