Agência France-Presse
postado em 11/02/2016 14:32
Bruxelas, Bélgica - O setor bancário da zona euro está em uma situação melhor do que há alguns anos, afirmou, nesta quinta-feira, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, em um momento em que os valores desabam nas bolsas."Creio que na zona euro, estruturalmente, estamos em uma situação melhor do que há alguns anos, e isso também vale para nossos bancos", declarou.
As bolsas europeias despencavaam pela manhã nesta quinta-feira, com quedas que chegavam a superar os 3% e que eram abismais no setor bancário em particular, por preocupações devido aos preços de petróleo e a situação da economia mundial.
A deterioração parecia incontrolável no setor financeiro, que via seus índices estancados há várias semanas. Nesta quinta-feira, a área registrava fortes perdas que superavam para alguns, como no caso do grupo bancário francês Société Générale, mais de 10%.
"É um terremoto bancário", afirmoua mídia alemã.
O Deutsche Bank, o primeiro banco alemão, voltou a cair, apesar do fôlego que tomou na quarta-feira, quando seus títulos chegaram a subir em 16% por rumores sobre uma operação de recompra da dívida.
Interrogado sobre este caso, Dijsselbloem desistiu de se pronunciar e afirmou que não tinha "uma opinião sobre bancos individualmente".
"Sabemos que os mercados sobem e descem. Acredito que há um pouco de exagero dos mercados", disse o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schauble, ao chegar à reunião de ministros em Bruxelas, sem comentar as inquietudes que cercam o Deutsche Bank.
O comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, estimou que a economia europeia "é uma economia sólida", tanto a "economia real como a situação dos bancos".
"No conjunto, vemos que o sistema bancário europeu é muito mais sólido do que no passado, devemos ter confiança", acrescentou, atribuindo as turbulências nos mercados aos "riscos externos", como o das perspectivas econômicas da China.
"Existe um ambiente econômico mais complicado do que há seis meses", estimou o ministro de Finanças espanhol, Luis de Guindos. "A volatilidade (nos mercados) começou no verão (do hemisfério norte)", quando as bolsas chinesas caíram, declarou, apontando também para a desaceleração do crescimento econômico dos emergentes.
"A capacidade de resposta da política monetária é reduzida", acrescentou. Com o intuito de impulsional o crescimento, o Banco Central Europeu baixou a zero seus tipos de interesse e lançou uma operação de compra massiva da dívida.
Os investidores, que no momento de turbulência nos mercados buscam valores seguros, concentram-se, há algumas semanas, na dívida alemã e francesa, cujas taxas baixam novamente, deixando de lado a dos países do sul da Europa, que registram um constante aumento.
Nesta quinta-feira, a tensão se concentrou na taxa da Grécia, que superou o limiar de 11%, e na de Portugal, que subiu para mais de 4%.
Os ministros de Finanças devem nesta quinta-feira dar um veredito sobre o orçamento do governo português, que a Comissão considerou "não estar em contradição com o Pacto de Estabilidade e Crescimento", embora não esteja em conformidade com os objetivos que fixa, como um déficit de no máximo 3% do PIB e uma dívida inferior a 60%.