Economia

Dilma promete reforma e trabalhadores centrais ameaçam greve

Presidente diz a parlamentares que projeto propondo mudanças na Previdência, como idade mínima para aposentadoria, será enviado ao Congresso em 60 dias com ou sem consenso

Naira Trindade
postado em 17/02/2016 06:00

Presidente diz a parlamentares que projeto propondo mudanças na Previdência, como idade mínima para aposentadoria, será enviado ao Congresso em 60 dias com ou sem consenso

Apesar de ainda não ter uma proposta fechada e de assistir, passiva, aos embates entre seus auxiliares, a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem a líderes da base aliada, em reunião no Palácio do Planalto, que dentro de 60 dias enviará ao Congresso o projeto para a reforma da Previdência Social. ;Farei isso com ou sem consenso político;, afirmou ela. A interlocutores, a presidente defende que a reforma, ansiada pelos investidores, será seu grande ;legado; para o país.

Mas não será fácil para o Palácio do Planalto cumprir o prazo. Há um racha declarado sobre o tema entre os ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Trabalho e Previdência, Miguel Rossetto. O chefe da equipe econômica acredita que, mesmo contrariando os partidos da base aliada, sobretudo o PT, e as centrais sindicais, o projeto de reforma é importante para recuperar o mínimo de confiança em relação ao governo. Já Rossetto defende que o assunto seja conduzido com cautela, sem atropelos.

Entre as propostas que Barbosa pretende apresentar hoje na terceira plenária do Fórum de Debates de Políticas de Emprego, Trabalho, Renda e de Previdência Social, está a unificação do sistema, com definição de idade mínima para os trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos. A aposentadoria por idade ; 60 anos para mulheres e 65 para homens ; passaria a valer a partir de 2027.

Dizendo-se aberta ao diálogo com a base aliada, a presidente pediu que os deputados convençam os parlamentares da importância de se modificar as regras da aposentadoria. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o governo pretende fazer um ;pacto de crescimento; com congressistas para que consigam aprovar uma agenda positiva para o país.

;Sinalizamos, por sugestão dos líderes, a nossa disposição em fazer um pacto pelo crescimento. Primeiro, é não aumentar despesas e, a partir daí, discutir a qualidade do gasto público;, disse Guimarães. Após receber 24 líderes e vice-líderes, a presidente almoçou com ministros da coordenação política para tratar da reforma da previdência. Não está prevista a participação de Dilma no fórum de hoje, mas ela quer que o assunto seja acompanhado de perto pelos subordinados.

Rebelião


Dilma já foi avisada que as centrais sindicais serão um grande empecilho para a reforma da Previdência. Dirigentes das duas maiores entidades já se posicionaram contra a matéria e prometem fazer paralisações em fábricas e manifestações pelo país como forma de alertar a sociedade para as intenções do governo ;de retirar direitos dos trabalhadores;.

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