Nova York, Estados Unidos - Depois de rejeitarem uma oferta da Argentina para saldar um multimilionário julgamento pela dívida em "default", os fundos pediram nesta quinta a um juiz de Nova York que rejeite a moção a favor do retorno desse país aos mercados e defenderam a continuação das negociações.
Em uma carta de 36 páginas firmada pelo advogado Robert Cohen, do fundo NML Capital, os querelantes dizem ao juiz federal Thomas Griesa que ele "deve negar a moção da Argentina para cancelar suas ordens neste momento crítico do litígio".
"Há, finalmente, uma perspectiva razoável de alcançar uma solução justa dessa disputa global sem precedentes. Mas as negociações começaram apenas este mês, e estão em andamento", afirma o documento, que justifica a recusa para "poder continuar nesses esforços nascentes, mas sinceros".
Em 11 de fevereiro, o governo argentino pediu a Griesa que suspendesse a ordem de tratamento equitativo a favor desses fundos, de modo a poder avançar sua oferta e resolver o litígio por títulos em "default" desde 2001.
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O governo de Mauricio Macri apresentou em 5 de fevereiro passado uma proposta para pagar US$ 6,5 bilhões, sobre um total de US$ 9 bilhões, aos fundos especulativos e a outros credores na tentativa de encerrar o litígio.
EM Limited e Montreux Partners, dois dos seis principais fundos especulativos que ganharam o julgamento em Nova York aceitaram a oferta, pela qual receberão US$ 849,2 milhões e US$ 298,66 milhões, respectivamente.
Outros querelantes e os dois fundos mais duros, NML Capital e Aurelius, que em 2012 conseguiram uma sentença favorável para cobrar uma dívida que hoje chega a US$ 1,75 bilhão, recusaram a proposta até o momento.
As partes continuaram negociando, sem resultado positivos. Nesse sentido, o texto da NML afirma hoje que "não surpreende que não se tenha alcançado em 18 dias uma solução para uma multimilionária transação em dólares".
"Permitir que a Argentina proceda desta maneira coercitiva e apressada seria injusto com os querelantes que lutaram durante anos - e a um custo enorme - para promover a solução", afirma.
Na terça-feira, o mediador judicial do caso, Daniel Pollack, anunciou um acordo entre Argentina e querelantes de uma ação coletiva em Nova York, indicando, porém, que seu "tamanho exato" deve levar "várias semanas" até ser conhecido.