Rosana Hessel
postado em 19/02/2016 11:10
O mercado piorou as estimativas de desempenho fiscal do governo para 2016 e para 2018, de acordo com o relatório Prisma Fiscal, feito pelo Ministério da Fazenda, e divulgado nesta sexta-feira (19/2), com base em dados coletados em janeiro. A mediana das projeções coletadas pelo órgão é de um deficit primário de R$ 70,7 bilhões, acima do rombo de R$ 68,2 bilhões previsto no relatório anterior para o governo central, que reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social. Para 2017, a perspectiva de deficit passsou de R$ 30,8 bilhões para R$ 40,1 bilhões.Leia mais notícias em Economia
A meta fiscal deste ano prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é de superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) para todo os setor público, incluindo governos regionais e estatais, é de R$ 30,5 bilhões, ou seja, 0,5% do PIB. Para o governo central, o objetivo fiscal é de R$ 24 bilhões, ou 0,4% do PIB.De acordo com Prisma Fiscal, a mediana das projeções da dívida pública bruta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) praticamente não mudou neste ano, ficando em 74% do PIB. Já a do ano que vem subiu de 78,10% para 78,50% do PIB, mas houve quem apostasse em 82% do PIB.
A mediana das estimativas de arrecadação total do governo neste ano caiu novamente, passando de R$ 1,295 trilhão para R$ 1,294 trilhão. Para o ano que vem, foi reduzida de R$ 1,402 trilhão para R$ 1,390 trilhão.
Dada a dificuldade de o governo conseguir ampliar a receita, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, deve anunciar na tarde de hoje uma meta mais flexível, com uma espécie de banda fiscal, juntamente com o corte de R$ 24 bilhões no Orçamento deste ano. Para especialistas, somente um contingenciamento acima de R$ 100 bilhões seria suficiente para o governo cumprir a meta fiscal prevista na LDO.