Rosana Hessel
postado em 25/02/2016 14:48
As contas do governo central registraram superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) de R$ 14,8 bilhões em janeiro, o quarto maior deste o início da série histórica iniciada em 1997 para o período, conforme dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (25/02). No entanto, essa melhora não significou em menores gastos do governo. Pelo contrário. O resultado do mês passado foi decorrente de uma melhora na receita graças à entrada de R$ 11 bilhões do leilão de concessões de hidrelétricas ocorrido em novembro."Esse valor é referente à primeira parcela das concessões. Esperamos receber a segunda, de R$ 6,4 bilhões, em julho", destacou o secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira.
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Sem esse dado extraordinário das concessões, o resultado primário do governo central cai para R$ 3,8 bilhões o que faz saldo cair de 4o lugar mês para o 16o entre os 20 melhores à frente de janeiro de 2001, conforme dados do Tesouro. Mesmo assim seria o primeiro resultado positivo desde abril.
Integram o governo central o Tesouro, a Previdência Social e o Banco Central. A receita líquida total teve alta real de 6,3% em janeiro na comparação com o mesmo período de 2015, para R$ 123,9 bilhões. Enquanto isso, a despesa total cresceu 3,8%, para R$ 109,1 bilhões na mesma base de comparação.
Crise e desemprego
Em época de crise e de desemprego crescente, a despesa que mais aumentou em época de crise foi com abono desemprego, que saltou 85% em janeiro deste ano em comparação com dezembro, para R$ 6,7 bilhões devido à mudança do cronograma de pagamento de abonos.
Os investimentos continuam sendo o foco dos cortes do governo. No mês passado, encolheram 35,5% em termos reais na comparação com o mesmo período de 2015, para R$ 5,5 bilhões. Nesse montante estão incluídos os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a menina dos olhos do governo Dilma Rousseff, que despencaram 70,1%, para R$ 3,7 bilhões na comparação com dezembro. Somente o Minha Casa Minha Vida, encolheu 93,8%, para R$ 580,6 milhões no mesmo período.