A taxa de desemprego subiu forte no primeiro mês do ano e atingiu 7,6%, a maior para janeiro desde 2009, quando ficou em 8,2%. A piora no mercado de trabalho esperada para o período, mas a intensidade chamou a atenção de especialistas. Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice no mesmo mês do ano passado estava em 5,3% nas seis regiões metropolitanas pesquisadas, o que indica uma alta anual de 43,4%. ;Este ano, o crescimento foi mais acentuado. Todo ano tem este movimento, mas foi muito maior agora;, afirmou Adriana Beringuy, gerente de Pesquisa de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Além do aumento do número de desocupados ; no mês passado 1,9 milhão de pessoas estavam desocupadas, uma alta de 42,7% na comparação anual ;, a massa salarial derreteu. Recuou 10,4% em janeiro deste ano, depois de uma queda de 8,5%, em dezembro de 2015 e de 12,1%, em novembro. Em janeiro, a massa somava R$ 52,1 bilhões. ;Nas comparações interanuais, as quedas ocorrem todos os meses desde fevereiro de 2015. Naquele mês, a massa era de R$ 56,7 bilhões;, revelou Beringuy.
Na comparação com dezembro, o rendimento caiu 1,3%. Para analistas do Banco Fator, a contração da massa salarial é explicada pela queda de 7,4% no renda real média recebida pelos trabalhadores e pela retração de 2,7% da população ocupada. O economista Rafael Bacciotti, analista de mercado de trabalho da Tendências Consultoria, acrescenta que a intensificação da queda dos rendimentos se dá em primeiro lugar pela inflação e depois pela piora da atividade econômica, que limita a margem para negociações. ;O IPCA ainda não mostra sinais de alívio, e as negociações refletem o baixo índice de confiança e falta de perspectiva na retomada da economia;, disse.
Vagas
O total de indivíduos em busca de uma vaga cresceu 8,4% na passagem de dezembro de 2015 para janeiro de 2016, o equivalente a 146 mil pessoas a mais procurando emprego, segundo os dados da PME. Em relação a janeiro de 2015, a desocupação saltou 42,7%, com 562 mil desempregados a mais. Os dados do IBGE mostram que houve corte de postos no mercado de trabalho. Além disso, a população ocupada diminuiu 1% em janeiro ante dezembro do ano passado, 230 mil postos extintos. Na comparação com janeiro de 2015, a queda na ocupação foi de 2,7%, 643 mil funcionários dispensados.
Como resultado, a taxa de desemprego teve o maior crescimento para meses de janeiro e só não foi maior porque houve aumento da inatividade no período. ;A pessoa quando perde o emprego pode tomar dois caminhos: passar a procurar trabalho e entrar na categoria de desocupado ou, se não toma providência, ir para inativos, o que explica o número de pessoas procurando emprego ser menor, do que as que perderam postos de trabalho;, explicou Beringuy.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique