Economia

Inflação da zona do euro fica novamente em território negativo

Dado está muito abaixo das estimativas médias dos analistas

Agência France-Presse
postado em 29/02/2016 10:53
A inflação da zona do euro caiu e voltou a território negativo em fevereiro, situando-se em -0,2%, em uma clara ilustração da insuficiência das medidas adotadas pelo BCE para estimular a economia. O dado, divulgado nesta segunda-feira pela agência europeia de estatísticas Eurostat, está muito abaixo das estimativas médias dos analistas, que apostavam por uma inflação nula em fevereiro (0,00%).

Em janeiro, o Índice de Preços de Consumo Harmonizado (IPCA) havia subido 0,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A última vez em que o índice caiu a território negativo ocorreu em setembro de 2015, quando se situou em -0,1%. O Banco Central Europeu (BCE) trabalha com uma meta inflacionária levemente inferior a 2%, considerada compatível com uma boa situação econômica geral.

[SAIBAMAIS]A queda dos preços do petróleo e a desaceleração da economia chinesa foram fatores determinantes no afundamento dos preços de fevereiro na zona do euro, integrada por 19 países. Os preços da energia retrocederam 8%, depois de terem caído 5,4% em janeiro. A inflação subjacente (ou núcleo de inflação, que não leva em conta os produtos energéticos, nem os alimentícios não transformados), mais reveladora da tendência, subiu 0,7% em fevereiro, contra uma alta de 1% em janeiro.

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O presidente do BCE, Mario Draghi, havia afirmado em 15 de fevereiro que na próxima reunião de seu conselho de governadores, prevista para 10 de março, a instituição emissora "não vacilará" em adotar as medidas necessárias para estimular a atividade econômica.

O BCE já recorreu a um arsenal de medidas para encorajar o crescimento e a inflação, incluindo um controverso programa de compra de obrigações (chamado de "flexibilização quantitativa"), a fim de colocar dinheiro fresco a disposição dos atores econômicos. "A preocupação do BCE aumentará devido à queda da inflação subjacente", e isso "acentuará a pressão por maiores medidas de estímulo em março", disse o analista Howard Archer, do IHS Economist.

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