Agência Estado
postado em 29/02/2016 13:31
O menor otimismo com relação às vendas fez os supermercados brasileiros reduzirem as encomendas de ovos de Páscoa em 2016, de acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Pesquisa da entidade apontou que caiu 7% o valor nominal da compra de ovos de Páscoa por parte dos varejistas junto aos fornecedores.A queda ocorre mesmo com o preço médio dos ovos de Páscoa tendo aumentado. Em termos reais, o recuo no valor das encomendas de ovos pelos supermercados é de 12,6%.
O levantamento da Abras mostra que a expectativa dos varejistas é vender menos este ano do que no mesmo período de 2015. Embora o preço não só dos chocolates como de outros produtos típicos da época estejam em alta, os supermercados esperam queda no valor nominal das vendas.
Em termos nominais, a expectativa dos supermercadistas é de uma queda de 5,3% nas vendas de Páscoa como um todo ante o ano passado. Ao mesmo tempo, a Abras calcula que houve uma variação média de 7,8% no preço dos produtos, o que significa que, em termos reais, a expectativa é de queda de 12,2% nas vendas.
O pessimismo atinge uma das maiores datas para as vendas no varejo de supermercados. A Abras calcula que a Páscoa só perde em vendas para o Natal, mas as menores encomendas refletem um cenário de empresários receosos, diz a entidade em nota.
Os pedidos do varejo só foram maiores do que o ano passado em categorias mais baratas. Caixas de bombom, por exemplo, tiveram alta de 1,9% nas encomendas em valor nominal e as compras de chocolates em barra e tabletes também cresceram 0,5% na comparação anual. Ainda assim, se o valor for ajustado à inflação, ambos os produtos registrariam queda real nas encomendas.
Em termos reais, não só os chocolates como todos os produtos associados à Páscoa registram queda no valor das encomendas. O bacalhau tem recuo de 9,1%, a Colomba pascal, de 5,3%. Cervejas e refrigerantes, que não são produtos sazonais, mas são procurados pelo consumidor no período, tiveram encomendas em valores reais 4,5% e 4,3% menores que no ano passado respectivamente.