postado em 08/03/2016 14:13
O vice-presidente de Finanças da Caixa Econômica Federal, Márcio Percival, comentou durante a apresentação de resultado da instituição nesta terça-feira (8/3), que a demanda por crédito no banco, tomando por base as consultas feitas por clientes, caiu 27% no ano passado. Segundo ele, na pessoa física, houve retração de 30%. Percival disse também que o banco está, assim como as demais instituições do sistema financeiro, procedendo com renegociações de dívida e que o foco tem sido na busca de mais garantias.O executivo confirmou também a cessão de R$ 13 bilhões de carteiras, o que representa 2% da carteira de crédito total do banco, parte das quais estavam provisionadas e já carregavam perdas. A Caixa estima crescer entre 7% a 11% sua carteira de crédito em 2016, abaixo da expansão de 11,9% realizada ao longo do ano passado. O guidance de 2015 para a expansão da carteira de crédito era de aumento de 11% a 15%.
Para ativos totais, a Caixa estipulou como guidance um crescimento de 11% a 15%, acima da projeção de 2015, que era de 7% a 11% de expansão. No ano passado, os ativos totais da Caixa cresceram 13%. O banco público tem como meta gerar receitas de prestação de serviços entre 10% a 13% superiores às obtidas em 2015, quando essas receitas aumentaram 12,6%, dentro da faixa que havia sido estabelecida de expansão de 13% a 16%.
Para o Índice de Basileia, a Caixa estima fechar o ano de 2016 entre 13% a 15%. Em 2015, o índice foi 14,4%, dentro do guidance também de 13% a 15%.
Inadimplência
A Caixa tem expectativa de que a inadimplência permaneça no primeiro trimestre no mesmo patamar de dezembro de 2015, disse Percival. O banco público fechou o ano com o índice de inadimplência em 3,55%, acima do patamar de 2,56% de dezembro de 2014. "Esperamos que a inadimplência comece a cair a partir do segundo semestre e que fique no patamar de 3,55% a 3,80% nos primeiro seis meses", afirmou Percival.
Captação e PDD
A elevação nas despesas com captação de recursos e as despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) são os eventos mais desafiadores para a Caixa Econômica Federal em 2016, disse Percival. "As despesas com captação são o maior desafio da Caixa, assim como as com PDD", disse. Ele ponderou, entretanto, que o banco está preparado para isso e tomando medidas voltadas para a redução de seus custos e busca de eficiência.
Segundo ele, do ponto de vista de captação, a queda na arrecadação com a poupança levou o banco a aumentar o funding a partir de outras alternativas mais caras, como as letras de crédito imobiliário e certificados de depósito bancário. As captações alcançaram saldo de R$ 940,9 bilhões ao final de 2015, crescimento de 15,3% em 12 meses. Percival afirmou que o custo do funding do banco subiu de 75% do CDI para 76,5% do CDI.
A participação das LCIs no funding total subiu de 16% em 2014 para 17% em 2015, enquanto dos CDBs foi para 18%, de 16%. A participação da poupança no funding da Caixa no ano passado caiu, por sua vez, para 39%, de 43% em 2014. A participação no funding da emissão de letras financeiras ficou estável em 7%, de acordo com Percival.
As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) cresceram 49,5% em 2015, para R$ 19,657 bilhões. De acordo com o executivo da Caixa, o aumento das despesas com PDD reflete a inadimplência e a provisão prudencial, de cerca de R$ 2 bilhões a R$ 2,5 bilhões, composta para fazer frente ao cenário macroeconômico desafiador, assim como perdas com Petrobras e Sete Brasil.