Agência Estado
postado em 09/03/2016 12:51
O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, disse que o cartão de débito supera o de crédito desde 2013. "O instrumento eletrônico de pagamento tem um potencial gigantesco num País em que a inclusão é um grande desafio", disse em palestra no Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento (Cmep) realizado nesta quarta-feira, 9, em São Paulo.[SAIBAMAIS]Mendes citou que os meios eletrônicos de pagamento vêm crescendo, o que, além de aumentar a segurança e eficiência, também traz redução de custos para o governo. "Imprimir dinheiro é caro, há uma dificuldade orçamentária para fazer dinheiro. É muito caro tratar o meio circulante", destacou.
O diretor do BC disse que esse tema tem um futuro bastante promissor e que, dessa forma, o BC está "apoiando sempre a redução do uso de dinheiro".
Regulação
O trabalho de regulação no mercado de meios de pagamento tende a caminhar no sentido de incentivar a competição e o modelo de adquirência aberta, declarou Aldo Mendes.
Ele afirmou que o Banco Central trabalha com diretivas no sentido de que é importante aumentar a competição. "Entendemos que o ganho maior está por meio da promoção da competição e não por regulação de preço, por isso acreditamos que tendemos a caminhar para um modelo de adquirência aberta", acrescentou.
A captura de todo tipo de bandeira nas "maquininhas" (POS, na sigla em inglês) já tem sido implementada por meio do chamado projeto "multivan". Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), em dezembro já existiam mais de 200 mil estabelecimentos comerciais que aceitavam as diferentes bandeiras de cartões numa mesma máquina
De acordo com Mendes, o Banco Central tem trabalhado para incentivar esses arranjos abertos via sistema de multivan "para que se possa trabalhar com mais de um adquirente e para que o prestador de serviços possa ter opções".
Mendes lembrou que depois do marco regulatório do setor, em 2013, companhias passaram a pedir autorização para o BC para atuar. Segundo Mendes, hoje há 53 arranjos de empresas que estão em processo de aprovação no Banco Central, entre modelos de meios de pagamento pós-pagos, pré-pagos e na modalidade à vista.
O diretor de Política Monetária acrescentou que, desses arranjos em processo, 45% estão numa fase avançada, em que se realizam entrevistas técnicas para esclarecimento de dúvidas.