Economia

PIB encolheu 8,12%, o tombo mais elevado desde 2004, segundo BC

Paralisia na produção se agrava e ameaça levar o país para a depressão econômica, com aumento do desemprego e queda na renda per capita dos brasileiros. Crise pode fazer o PIB retornar ao nível de 2004 e acelerar o fim de mandato de Dilma

Simone Kafruni
postado em 15/03/2016 06:10
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A presidente Dilma Rousseff vai ter de lidar com outra forte contração do Produto Interno Bruto (PIB), em meio ao clamor das ruas contra seu governo. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br, uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,61% em janeiro ante dezembro do ano passado, resultado que representou o 11; mês seguido de perda. Na comparação anual, a queda é de 6,7%. Porém, sem ajustes sazonais, o tombo é ainda mais assustador: nesse critério, o PIB encolheu 8,12% em relação a janeiro de 2015, o tombo mais elevado desde o início da série do BC. em 2004.

Como o ano começou mostrando que o que está ruim pode e vai piorar, o futuro do governo ficou mais curto. Na avaliação da consultoria de risco político Eurasia Group, Dilma deve deixar o cargo em maio, ao fim do processo de impeachment que pode começar em breve a tramitar na Câmara dos Deputados. Em relatório, a empresa americana, que, na semana passada, tinha elevado de 55% para 65% a probabilidade de a presidente não chegar ao fim de 2018 no cargo, afirmou ontem que as manifestações do domingo vão apressar o desfecho.

Enquanto o quadro político se agrava, a economia continua em queda livre. Para o economista-chefe da Opus Investimento, José Márcio Camargo, o recuo do IBC-Br foi maior do que o mercado esperava. ;Apesar de a indústria ter tido um desempenho levemente positivo, que também surpreendeu, a queda de serviços foi responsável pela retração;, analisou. Os setores de varejo e de serviços iniciaram o ano com queda de 1,5% sobre dezembro, e de 5% sobre janeiro de 2015. Isso ofuscou a alta inesperada de 0,4% na produção industrial na comparação com o mês anterior. No acumulado em 12 meses, o IBC-Br caiu 4,44% em números dessazonalizados, que retiram do cálculo fatores típicos de determinadas épocas para permitir a compensação de períodos diferentes.

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