O noticiário político dominou as atenções no mercado financeiro nesta terça-feira (15/3) e deixou em segundo plano qualquer fato de outra natureza. A possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornar ministro da Secretaria de Governo esteve entre os principais fatores de influência nos negócios. Em meio ao noticiário intenso e às incertezas, o dólar à vista terminou o dia cotado a R$ 3,7612, com alta 3,11%, maior porcentual em um único dia desde 16 de outubro de 2015.
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Também pesaram sobre os negócios as especulações em torno do uso de parte das reservas para o pagamento da dívida pública. Já a acusação de que o ministro Aloizio Mercadante teria manobrado para evitar a delação premiada do senador Delcídio Amaral adicionou volatilidade aos negócios.
Os ativos brasileiros vinham acumulando ganhos até a semana passada, com a análise de que os recentes fatos levariam ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. Essa percepção ganhou força até os protestos de domingo contra o governo Dilma, Lula e em apoio ao juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato.
As especulações em torno da nomeação de Lula passaram a ganhar mais força desde que a Justiça de São Paulo encaminhou para Moro a decisão sobre a denúncia e o pedido de prisão de Lula feitos pelo Ministério Público paulista, no caso da propriedade do tríplex de Guarujá. A nomeação de Lula, além de dar foro privilegiado ao ex-presidente, teria por objetivo dar maior sobrevida ao governo Dilma. O resultado das especulações foi a forte alta do dólar, com os investidores recompondo parte das baixas da semana passada.