Rosana Hessel
postado em 17/03/2016 06:57
Mesmo que queira mudar os rumos da política econômica, ampliando os gastos públicos por meio da ampliação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Bolsa Família e de operações de crédito com juros subsidiados, como vem sinalizando para a base aliada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora ministro da Casa Civil, não terá espaço fiscal para isso, a não ser que queira elevar ainda mais o rombo das contas públicas.[SAIBAMAIS]Na conversa que teve ontem com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e com a presidente Dilma Rousseff, Lula ouviu do chefe da equipe econômica que haveria a possibilidade de se aumentar em até R$ 9 bilhões os desembolsos do PAC. Mas isso significaria fechar 2016 com rombo fiscal de pelo menos 0,97% do Produto Interno Bruto (PIB), estimativa considerada otimista demais pelos especialistas.
;O quadro atual das contas públicas não é bom. Nas condições atuais, sem medidas adicionais, o deficit primário deste ano deve ser de 1,5% do PIB; disse a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria. ;Mas se o governo der uma guinada para a esquerda a fim de evitar o processo de impeachment da presidente Dilma, só criará mais problemas. A dívida pública, que já se aproxima de 70% do PIB, explodirá;, ressaltou.
A meta prevista para este ano para todo o setor público na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é de superavit de 0,5% do PIB, ou R$ 30,5 bilhões, dos quais R$ 24 bilhões de responsabilidade da União. Mas a equipe de Barbosa já propôs a possibilidade de abatimento de até R$ 84,2 bilhões do resultado em caso de frustração de receitas, o que permitirá deficit primário de quase 1% do PIB, ou R$ 60,2 bilhões. O projeto será enviado ao Congresso Nacional na próxima terça-feira.
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