Rodolfo Costa
postado em 18/03/2016 06:02
O noticiário político está chacoalhando o mercado financeiro. A aprovação de uma comissão que avaliará o rito do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados e a suspensão de posse de Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil fizeram ontem o dólar cair 2,29% em relação ao real, a maior queda desde 3 de novembro do ano passado. A divisa fechou cotada a R$ 3,653. Já o pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou com uma alta de 6,60%, o maior crescimento desde 2 de janeiro de 2009, acima dos 50 mil pontos.[SAIBAMAIS]Em meio a tantas incertezas, a interpretação do mercado é de está cada vez mais próxima a mudança do governo, analisa o CEO da BullMark Financial Group, Renato Nobile. ;Sendo bem transparente, o mercado apenas está dando como certo o impeachment. Os agentes econômicos entendem que é apenas uma questão de tempo para isso acontecer;, avaliou ele, que reconhece que o mercado está, literalmente, ;operando notícias;. ;Particularmente, nunca vi um caos político e econômico como o atual. Não existem mais fundamentos da economia que expliquem tudo o que está acontecendo;, acrescentou.
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A divulgação de áudios que revelam diálogos entre Lula e Dilma, na quarta-feira, foi o suficiente para manter os analistas animados, otimismo que foi reforçado com a liminar que sustou a nomeação do ex-presidente a ministro de Estado. Mas o que levou os negócios na Bovespa às alturas foi a votação pela comissão especial que analisará o impeachment da chefe do Executivo. A notícia empurrou o pregão à máxima do dia, de 51.268 pontos, às 15h28. Para Nobile, a tendência é de que essa euforia seja mantida, com bolsa em alta e queda do dólar.
;O país já não tem mais governabilidade. Qualquer notícia que leve o empresário ou trabalhador a vislumbrar alguma expectativa de mudança gera mais confiança;, opinou. Na opinião de Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora, parte do ânimo dos agentes financeiros também tem explicação nas manifestações populares e nos pedidos apresentados ao Supremo Tribunal Federal (STF) por partidos da oposição para impedir Lula de assumir cargo no governo.
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