Economia

Cotado para assumir a chefia da Fazenda, Meirelles defende reformas

O ex-presidente do Banco Central prevê queda do Produto Interno Bruto de 4% em 2016 e crescimento médio de apenas 1% na próxima década, caso nada seja feito

postado em 18/03/2016 07:38
Cotado para comandar a equipe econômica, depois da nomeação de Lula para a Casa Civil, o ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles traçou um quadro devastador para o país em palestra ontem, no Rio. Para ele, o Brasil poderá encerrar 2016 com queda de até 4% do Produto Interno Bruto (PIB), e, se mantida a incerteza fiscal, terá crescimento pífio, de 1% ao ano, na próxima década.

Economista estima que a recessão que o país vive pode chegar a ser a maior da história do Brasil

[SAIBAMAIS]O cenário traçado por Meirelles para 2016 se assemelha à perspectiva de analistas de mercado: inflação persistentemente alta e retração econômica. No último Boletim Focus, a projeção era de queda de 3,7% do PIB. ;O país já está com uma recessão grande e não podemos subestimar isso. Pode chegar a ser a maior recessão da história do Brasil;, afirmou. ;O desafio maior é porque existe de fato muita incerteza;, completou.

Para o economista, a única chance de o Brasil elevar a perspectiva de crescimento a 4% ao ano é realizar reformas, como a tributária e a previdenciária ;no sentido de gerar mais eficiência trabalhista;. Medidas, no entanto, são combatidas por parte do PT e pelo próprio Lula. O cenário básico, com ajuste fiscal, mas sem reformas, é de crescimento de 2% ao ano.



Meirelles defendeu a necessidade de equacionar despesas, como as vinculadas e previdenciárias. Segundo ele, isso seria fundamental para equilibrar a curva da dívida líquida do país e evitar que volte aos patamares de 2002, quando atingiu 60% do PIB. O ex-presidente do BC disse que o país vive um quadro de inflação elevada e resiliente, mas que não há problema estrutural que impeça a inflação de convergir para perto da meta. ;A inflação é um desafio. A boa notícia é que o Brasil já fez isso;, disse.

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