Rosana Hessel
postado em 23/03/2016 16:23
Como a poupança vem perdendo para a inflação há vários meses seguidos, o pequeno investidor aumentou a procura por títulos do Tesouro Nacional. O estoque da dívida da União no programa Tesouro Direto saltou 75,8% em fevereiro, na comparação com o mesmo intervalo de 2015, de R$ 15,9 bilhões para R$ 28 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (23/03) pelo Tesouro.[SAIBAMAIS]Os títulos remunerados pela inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), responderam pelo maior volume no estoque do Tesouro Direto, alcançando 60,9%. Os títulos indexados à taxa básica da economia (Selic) tiveram com participação de 20,4% e os papéis prefixados, de 18,7%.
No mês passado, foram computados 23.786 novos cadastros no programa. O total atingiu 675.255, aumento de 43,2% nos últimos 12 meses. O número de investidores ativos (que efetivamente possuem aplicações) no Tesouro Direto foi de 261.555, elevação de 92,9% nos últimos 12 meses, sendo 13.725 somente em fevereiro. Naquele mês, as vendas atingiram R$ 1,38 bilhão, com R$ 446,7 milhões de resgates, sendo R$ 88,8 milhões relativos aos vencimentos do mês e R$ 357,8 milhões à recompras no período.
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Os títulos mais demandados em fevereiro foram os indexados à inflação (Tesouro IPCA%2b e Tesouro IPCA%2b com Juros Semestrais), com participação de 57,1% do total. Os títulos pré-fixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) responderam a 16,2% e os indexados à taxa Selic (Tesouro Selic), a 26,7%.
A procura maior é por títulos e curto e médio prazos, dado o elevado grau de incerteza na economia e a baixa confiança no governo. Os títulos de cinco e dez anos representaram 44,5% das negociações e os com vencimento de um a cinco anos, 37,1% do total. Apenas 18,4% das vendas foram de títulos com vencimentos acima de 10 anos.