Os bancos parecem o melhor negócio do Brasil, sobretudo em tempo de crise. Em muitos casos, são mesmo. Mas não em todos. A fraqueza da atividade econômica, o aumento da inflação e a alta do desemprego atingiram em cheio quase metade das instituições de médio porte. Levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating, a pedido do Correio, aponta que, de um grupo significativo de 45 instituições financeiras nessa categoria, houve problemas em quase a metade: 14 tiveram queda de lucro e cinco registraram prejuízo líquido em 2015. Outras duas não registraram crescimento ; o que, com a inflação de dois dígitos, significa andar para trás.
Os 24 bancos restantes tiveram elevação de lucros. Os dados ainda apontam que a carteira de crédito desse segmento encolheu 0,9% em relação a 2014 ; passou de R$ 176,8 bilhões para R$ 175,1 bilhões ;, enquanto as provisões para perdas cresceram 9,2% e totalizaram R$ 8,9 bilhões.
A agência de classificação de risco analisou os números dos bancos que publicaram os balanços do ano passado até 31 de março de 2016 e que tinham ativos entre R$ 2 bilhões e R$ 20 bilhões. Os resultados negativos contrastam com os lucros registrados pelas cinco maiores instituições financeiras brasileiras, que tampouco navegam em águas tranquilas, porém. As provisões para perdas de Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal tiveram uma expansão de 26,6%, bem superior à dos ganhos. O aumento dos recursos reservados para cobrir calotes está atrelado à possibilidade de prejuízo nas grandes empresas.
Oferta
Esse risco de inadimplência levou os bancos médios a reduzir a oferta de crédito e aumentar a seletividade na hora de emprestar. Eles trabalham exclusivamente com linhas de financiamento para consumidores e empresas, e por isso viram os ganhos minguarem. As maiores instituições faturam também com tarifas cobradas por serviços, com os resultados de seguradoras, planos de saúde e outras atividades
A matéria completa está disponível, para assinantes. Para assinar, clique