A expectativa de avanço do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff estimulou intenso movimento vendedor no mercado de câmbio nesta segunda-feira, 11. A moeda americana fechou em baixa de 2,76%, cotada a R$ 3,4979, menor valor desde 21 de agosto de 2015.
As atenções de investidores e profissionais dos mercados estiveram concentradas todo o dia na sessão da Comissão Especial do Impeachment, que, após as manifestações dos deputados, deve votar ainda hoje o relatório de Jovair Arantes (PTB-GO). O texto é favorável à continuidade do processo de impeachment. Confirmada a expectativa de aprovação da recomendação do relator, o próximo passo é a votação em plenário, prevista para ter início na próxima sexta-feira, 15, podendo se estender até domingo, com a efetiva votação.
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A última atualização do levantamento realizado pelo Grupo Estado mostra que 293 deputados se manifestaram favoráveis ao impeachment, enquanto os contrários totalizam 117. Neste momento, há ainda 58 indecisos e 45 que não responderam. A oposição precisa de 342 votos para dar continuidade ao impeachment.
Com o investidor apostando no impeachment, a queda do dólar foi intensa durante todo o dia, num movimento reforçado pela desvalorização da moeda americana no mercado internacional. Diante da forte desvalorização do dólar, o Banco Central promoveu três leilões de swap cambial reverso - que equivalem à compra de moeda no mercado futuro - com o objetivo de reduzir a volatilidade do mercado de câmbio.
No início do dia, em meio à forte pressão de baixa para a moeda americana, o BC fez um leilão de até 20 mil contratos (US$ 1 bilhão) de swap reverso. Nela, vendeu apenas 7,7 mil contratos (US$ 383,0 milhões ou 38,5% do total). Como a pressão vendedora era grande, o BC ofertou, numa segunda operação, os 12,3 mil contratos que não haviam sido vendidos no primeiro leilão. Desta vez, vendeu um total de 5 mil contratos (US$ 249,2 milhões ou 40,6%). Já mais no fim da tarde, a autoridade monetária ofereceu os 7,3 mil contratos de swap reverso remanescentes da oferta inicial de 20 mil e conseguiu vender todo o lote (US$ 363,9 milhões).
A atuação do BC não impediu o dólar, no entanto, de renovar mínimas mais algumas vezes na última hora de negociação. Mesmo depois do leilão da tarde, a cotação da divisa no mercado à vista chegou a cair 3,02%, a R$ 3,4882. Segundo profissionais do mercado, essa aceleração no final do dia foi determinada pela disparada de ordens de stop loss, quando o investidor comprado em moeda age para interromper as perdas.