postado em 19/04/2016 07:25
Nova York ; Um dos nomes cogitados para assumir o Ministério da Fazenda num governo pós-impeachment, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles apresentou uma agenda de ajustes econômicos, que contempla o aumento de impostos a curto prazo, em palestra a investidores e analistas de mercado em Nova York. Ele se recusou, no entanto, a negar ou confirmar que tenha sido convidado a participar de uma administração comandada por Michel Temer.[SAIBAMAIS];Eu não comento conversas privadas. Tudo aquilo que é público é anunciado. Tudo que não é público, é privado;, declarou Meirelles, depois de participar do Brazil Summit, evento anual organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.
Em sua avaliação, o fundamental é a aprovação de reformas que assegurem a solvência do Estado brasileiro no futuro, o que exige mudanças tributárias, previdenciárias e a desvinculação de receitas no Orçamento. ;É importante sinalizar que, ao longo do tempo, a dívida pública vai parar de crescer como proporção do PIB e, a partir de certo período, vai cair;, afirmou.
Previdência
Além do aumento de impostos em caráter temporário, Meirelles defendeu a simplificação do sistema tributário, que teria efeito positivo sobre a arrecadação. Na medida em que as receitas se recuperassem, o Estado poderia iniciar um processo de redução da carga de impostos sobre o setor privado, observou.
Na reforma previdenciária, Meirelles propôs o fim da indexação de aposentadorias ao salário mínimo. Presidente do Banco Central durante os dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, ele também enfatizou a necessidade de medidas que aumentem a produtividade da economia brasileira, entre as quais mencionou investimentos em infraestrutura e a melhoria do ambiente de negócios.
Meirelles propôs ainda maior abertura comercial, com redução unilateral de tarifas, e a ampliação no número de acordos de livre comércio com outros países. Se as reformas forem implementadas, ele estima que o crescimento anual do país pode chegar a 4%. Sem a realização de reformas, o índice deve ficar em torno de 1,2% ao ano.