Economia

Com o desemprego em alta, casais jovens retornam à casa dos pais

Muitos se aproveitaram do longo período de crescimento econômico para dar o grito de independência, mas foram vitimados pela recessão. Qualidade de vida fica pior

Vera Batista
postado em 25/04/2016 07:12
Muitos se aproveitaram do longo período de crescimento econômico para dar o grito de independência, mas foram vitimados pela recessão. Qualidade de vida fica pior
O Brasil está assistindo a um movimento preocupante. Casais que conseguiram se desvencilhar da dependência financeira de idosos ; pais ou avós ;, quando a economia estava crescendo, estão sendo obrigados a fazer o caminho de volta. Com um dos membros desempregados, ou os dois, a saída está sendo se abrigar novamente na casa dos mais velhos. ;Trata-se de um retrocesso;, admite o educador financeiro Reinaldo Domingos. Muitos desses casais haviam conseguido atingir um nível de renda que os permitia alugar imóveis ou mesmo comprar a casa dos sonhos. A forte recessão na qual o país está mergulhado, contudo, ceifou a conquista da independência. O dinheiro para o aluguel e para a prestação do apartamento acabou.

[SAIBAMAIS]Dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que pelo menos 17 milhões de idosos são os provedores da casa. Esse número, porém, tende a aumentar muito nos próximos meses, ante a onda devastadora do desemprego: 10,4 milhões de pessoas estão sem trabalho. O que mais assusta os especialistas é a queda na qualidade de vida de todos. Como os aposentados terão que bancar um grupo maior de pessoas ; filhos e netos ;, os recursos disponíveis não serão suficientes, em vários casos, para arcar com despesas corriqueiras. E mais: a tendência é de muitos idosos se endividarem e acabarem na lista de inadimplentes do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).



Renda minguada
Dependendo da classe social a que pertencem, os casais ; ou mesmo solteiros desempregados ; viraram um peso para os mais velhos que tiveram que dividir a minguada aposentadoria. ;Você só sente a recessão quando ela bate à sua porta;, lamenta a aposentada Raiane dos Santos, 59 anos, moradora de Águas Claras. ;Meu filho, de 34 anos, além de formado em tecnologia da informação, tem pós-graduação. Uma pessoa plenamente preparada para o mercado de trabalho. Mas hoje, desempregado, depende do meu dinheiro e do avô;, diz. Nem sempre foi assim, conta. ;Antes, meu filho tinha condições de se sustentar. Estava há 12 anos em uma empresa que prestava serviços ao governo. Com os cortes de gastos, foi demitido;, relata.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação