O reajuste médio de 12,5% dos medicamentos, autorizado pelo governo no mês passado, freou a queda da carestia. Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,61%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ante 0,43% em março. Em 12 meses, o custo de vida médio das famílias teve alta de 9,28%, sendo que o grupo de saúde e cuidados pessoais avançou 11,3%. Foi a maior variação dessa classe de despesas desde novembro de 2003.
A inflação em abril também foi pressionada pelos preços dos itens de alimentação e bebidas, que registraram alta média de 1,09%. Apesar de o resultado ter sido 0,15 ponto percentual inferior ao de março, foi o que mais gerou impacto no custo de vida. Somadas, as duas classes de produtos foram responsáveis por 89% do índice.
Para a gerente do IPCA, Irene Machado, o clima exerceu papel determinante na carestia. ;Tivemos um outono muito quente e, depois, muita chuva, principalmente na Região Sul. Isso elevou os custos dos agricultores com a produção;, sustentou. Entre os alimentos, a batata-inglesa foi um dos itens de consumo básico que mais subiu, com alta de 13,13%. No grupo de saúde, Irene prevê que o reajuste dos medicamentos ainda pode se refletir na inflação de maio. ;Pode ser que apresente um aumento residual não captado em abril;, ressaltou.
O gasto do servidor público João Magalhães, 69 anos, que era, em média, de R$ 70 por mês, saltou para R$ 90, uma alta de 28,6%. ;Estou sempre tentando negociar algum desconto. Preciso economizar, até porque tudo está muito inflacionado. E, para mim, os preços só tendem a galopar mais;, lamentou. A percepção em relação à alta dos preços é a mesma do servidor Nivaldo Chaves, 41. Para aliviar o orçamento, ele tem comparado preços e feito as compras em dias de promoção. ;Está tudo muito caro. Também estou trocando produtos e abrindo mão de outros;, contou.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.