Rosana Hessel, Jacqueline Saraiva
postado em 13/05/2016 14:27
O ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmou que o ajuste da economia de curto e médio prazo é fundamental para o país voltar a crescer. Em entrevista nesta sexta-feira (13/5), ele destacou que a política econômica será comandada pelo ministros Henrique Meirelles, da Fazenda, com colaboração de todas as outras pastas. Afirmou também que o novo modelo econômico da gestão Temer será "mais estável, equilibrado, menos intervencionista, menos ideológico e menos centralizador". "As reformas e mudanças avançarão a passos firmes e com muita responsabilidade", afirmou.
[SAIBAMAIS]Há uma grande preocupação do setor produtivo com um possível aumento de impostos, diante da fragilidade do caixa da empresas. Mas, na avaliação dos economistas, não haverá saída. O rombo das contas públicas não para de crescer e passará de R$ 100 bilhões neste ano. Os analistas, inclusive, já incorporam a alta de impostos na previsão de inflação de 2016, que está próxima de 7%.
O ministro avaliou que a meta fiscal deve ser aprovada na próxima semana no Parlamento com déficit de R$ 96 bilhões. O novo ministro da Saúde e deputado federal licenciado Ricardo Barros (PMDB-PR), que foi relator da proposta de Orçamento, afirmou que o governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) enviava corriqueiramente orçamentos com receitas superestimadas. Segundo ele, apesar da aprovação prevista da revisão da meta fiscal com déficit de R$ 96 bilhões, esse rombo certamente será revisto. "Teremos certamente um déficit fiscal superior aos R$ 96 bilhões e terá de se reavaliar essa questão", disse. "Temos R$ 230 bilhões de restos a pagar que, obrigatoriamente, serão cumpridos por serem impositivos".
Romero Jucá afirmou que, "com estabilidade do clima político", o governo do presidente em exercício, Michel Temer, poderá contar "rapidamente" com o ingresso de recursos de algumas medidas que estão no Congresso. "Existe uma série de ações voltadas para consolidação de um novo modelo econômico", disse. "Ações são complementares, mas medidas certamente levarão à queda da inflação e dos juros", afirmou.