Agência France-Presse
postado em 23/05/2016 06:40
Berlim, Alemanha - O grupo alemão Bayer revelou nesta segunda-feira uma oferta de 62 bilhões de dólares (55 bilhões de euros) para assumir o controle da produtora americana de grãos transgênicos Monsanto, uma operação que criaria a líder mundial do setor de pesticidas e adubos. "A Bayer fez uma oferta em dinheiro por todas as ações da Monsanto a 122 dólares por ação, por 62 bilhões de de dólares", anunciou o grupo químico-farmacêutico germânico.[SAIBAMAIS]A Bayer, fabricante dos criticados pesticidas chamados de "assassinos de abelhas", havia anunciado na quinta-feira, sem revelar detalhes, que estava em contato com a Monsanto, fabricante de glifosato, princípio ativo do herbicida Roundup usado em muitos de seus grãos transgênicos. A empresa alemã explicou que a proposta representa um aumento de 37% em comparação à cotação do título da Monsanto na véspera da oferta, em 9 de maio, apesar de o grupo com sede em Saint-Louis ter registrado desde então uma valorização importante graças aos boatos sobre os contatos de fusão/aquisição.
A operação permitirá "criar uma empresa líder no setor da agricultura, com capacidades excepcionais de inovação, em benefício dos agricultores, de nossos funcionários e das comunidades onde estamos presentes", afirmou o presidente da Bayer, Werner Baumann, que assumiu o comando do grupo em 1; de maio.
A Bayer espera obter com a operação uma economia de 1,5 bilhão em três anos e registrar um aumento do lucro de 5% no primeiro ano e de pelo menos 10% nos seguintes. O setor agroquímico da Bayer registrou queda nas vendas nos últimos meses. A Monsanto também sofre uma queda nas vendas das sementes transgênicas.
Ao mesmo tempo, a empresa foi afetada na Europa pela polêmica sobre o glifosato, um produto criticado pelas organizações ecológicas. O Greenpeace organizou no fim de semana protestos em vários países para exigir a proibição dos pesticidas e dos organismos geneticamente modificados (OGM). A fusão Bayer-Monsanto confirmaria a consolidação do movimento no setor, com a fusão em curso entre as americanas Dow Chemical e DuPont, assim como a do grupo suíço Syngenta com a chinesa ChemChina.