O governo do Uruguai anunciou nesta segunda-feira (23/5) um pacote de elevação de impostos visando reduzir o déficit fiscal e manter investimentos que gerem um crescimento genuíno.
Na contramão das promessas eleitorais e sob pressão de um déficit fiscal próximo a 3,7% do PIB, inflação superior a 10% e queda das exportações de 39,2% em abril em relação ao mesmo mês de 2015, o governo uruguaio decidiu recorrer a medidas tributárias para enfrentar a complexa situação fiscal.
Danilo Astori, ministro da Economia, foi encarregado de realizar o anúncio à imprensa, na sede da presidência, em Montevidéu: "O objetivo é proteger os sucessos, evitar custos sociais e gerar condições para se seguir avançando".
A ideia é reduzir o deficit em um ponto, cerca de 500 milhões de dólares, a 2,5% do PIB.
Segundo Astori, havia uma "margem curta" para a redução do gasto público, o que tornou fundamental medidas para gerar arrecadação, com a consequente elevação de impostos.
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Entre as medidas está o aumento do imposto de renda para a pessoa física, de entre 3% a 4% - a partir de janeiro - para cinco faixas de renda, a partir de 33.401 pesos (cerca de mil dólares).
O governo também anunciou aumentos e mudanças no imposto de Renda para Atividades Econômicas (pessoa jurídica) e tributos sobre aplicações financeiras.
O pacote prevê ainda redução de salários na administração pública e ajustes no sistema de previdência.
Em contrapartida, haverá uma redução de 2% no Imposto ao Valor Agregado (IVA) para despesas com cartões de débito e crédito.
Astori destacou o contexto internacional e regional, especialmente nos vizinhos Brasil e Argentina, que derrubou as projeções e as metas de crescimento do Uruguai.