Economia

Rombo de R$ 170,5 bilhões testa base de Temer no Congresso Nacional

Renan levará proposta ao plenário do Congresso, sem passar por comissão, mas dificuldade de quórum será grande. Se nova meta não for aprovada até segunda, máquina para ou presidente incorre em irregularidade fiscal

Antonio Temóteo
postado em 24/05/2016 06:10

A decisão do presidente do Senado tenta passar por cima da crise provocada pela saída do ministro do Planejamento, substituído por Dyogo


O governo enfrentará hoje a primeira prova de fogo no Congresso Nacional. Vai tentar conseguir autorização dos parlamentares para registrar um deficit primário de R$ 170,5 bilhões em 2016.

A estratégia acertada entre o Palácio do Planalto e o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), prevê que a alteração da meta fiscal seja discutida diretamente pelo plenário das duas casas congressuais reunidas, sem o parecer da Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Além disso, o governo pretende anunciar hoje uma série de medidas que devem surtir efeito a curto e a médio prazos para reequilibrar as contas públicas. Uma das propostas é a desvinculação de receitas da União (DRU), que eliminará a determinação de destinar recursos a áreas específicas, facilitando cortes.

No Congresso, apesar do acordo, o risco de que o texto não seja apreciado é grande porque 24 vetos presidenciais trancam a pauta de votação. Além disso, a oposição já declarou que obstruirá a sessão marcada para as 11h, situação em que parlamentares se declaram ausentes, mesmo estando em plenário, para impedir que se forme o quórum necessário para a sessão.

Garantir a presença de deputados e senadores não será fácil. O Executivo precisará contar com eles em uma semana de apenas três dias, pois há feriado na quinta-feira. É comum que os trabalhos na Câmara e no Senado não ocorram quando há poucos dias úteis na semana. Para apreciar a matéria, são necessários 257 deputados e 41 senadores presentes.

Além das dificuldades para contar com a adesão dos políticos, o tema será debatido em meio à primeira grande crise da gestão de Michel Temer, que culminou no afastamento do ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR). Ele é suspeito de tentar obstruir a Operação Lava-Jato em conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que negocia delação premiada com a Justiça.

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